Defensora pública participa da abertura de ciclo de debates na ALMG sobre impactos das mudanças climáticas para as mulheres
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A coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, defensora pública Luana Borba Iserhard, participou, nesta quinta-feira (13/3), da abertura do Ciclo de Debates “Mulheres e Emergências Climáticas: Protagonismo, Construção da Resiliência e Justiça Climática”.
O evento integra a programação do “Sempre Vivas”, evento realizado anualmente pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em parceria com diversos coletivos e entidades ligadas às causas das mulheres e instituições, entre elas, a Defensoria Pública mineira.

A diretora-executiva do Centro Brasileiro de Justiça Climática, Andréia Louback ministrou a palestra magna.
Segundo ela, no mundo, 380 milhões de mulheres já vivem em regiões com estresse hídrico alto ou crítico e esse número pode subir para 674 milhões até 2050.
A especialista disse que em um futuro próximo, 234 milhões de mulheres podem passar fome, vivendo em insegurança alimentar severa, contra 131 milhões de homens; e 159 milhões podem ser empurradas para a pobreza extrema até 2050, 16 milhões a mais do que homens e meninos.
A palestrante defendeu mais iniciativas de gênero voltadas para capacitação e empoderamento das mulheres como forma de ampliar o acesso a informações e ferramentas de atuação e que essas ações não se concentrem em março.
Ela também apontou a necessidade de sociedade em geral e governo compreenderem o conceito de justiça climática: termo que expressa a necessidade urgente de uma transição econômica justa e inclusiva, que reconheça e aborde as desigualdades sociais históricas e sistêmicas.
Em sua fala na abertura do evento, a defensora pública Luana Borba lembrou que 2024 foi um ano marcado nacionalmente por diversas questões climáticas muito preocupantes, como a seca na Amazônia, o crescimento das queimadas na Amazônia e no Pantanal, além das enchentes no Rio Grande do Sul.
A defensora pública observou que relatório publicado pela ONU Mulheres em 2024, sobre o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, demonstrou que mulheres e crianças estão entre as pessoas mais afetadas pelas mudanças climáticas em razão das desigualdades preexistentes e maior vulnerabilidade, principalmente nas áreas rurais.

Luana Borba relatou a atuação da Defensoria Pública de Minas em Ipatinga, onde fortes chuvas atingiram a região no início deste ano. “No dia seguinte, a Defensoria já estava no Estádio Municipal, colhendo termos de declarações de pessoas impactadas pelos deslizamentos de terra, enchentes e enxurradas”, contou a defensora.
A partir da assistência jurídica prestada, a DPMG emitiu recomendação, inclusive identificando-se necessidades específicas de mulheres, além de outros grupos vulnerabilizados, para que fossem tomadas providências específicas, como a estruturação dos ambientes de forma a respeitar os direitos à segurança, intimidade e privacidade.
O “Sempre Vivas” prossegue ao longo desta quinta (13/3), com debates sobre os impactos das mudanças climáticas para as mulheres, bem como seu papel na conservação ambiental.
Com informações da ALMG.