Defensoria Pública celebra formatura da terceira turma do curso Defensoras Populares

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A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio de sua Escola Superior (Esdep) e da Coordenadoria Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (CEDEM), realizou no último sábado (6/12) a cerimônia de encerramento do 3° curso de Defensoras Populares, em um encontro marcado pela reafirmação de valores que sustentam, há décadas, o trabalho institucional: formação contínua, capilaridade social e compromisso com a promoção dos direitos humanos. A solenidade evidenciou a atmosfera de celebração da trajetória das formandas, destacando determinação, coragem, superação e a convicção de que o conhecimento ainda é o instrumento mais consistente para transformar realidades. 

Participaram da mesa de abertura a defensora pública e assessora de planejamento e infraestrutura, Cryzthiane Andrade Linhares, representando a defensora pública-geral do Estado, Raquel Gomes de Sousa da Costa Dias, a coordenadora da Esdep, defensora pública Silvana Lourenço Lobo, a coordenadora da CEDEM, defensora pública Luana Borba Iserhard, a coordenadora da Unidade de Vespasiano, defensora pública Regiane Kuster Kapiche, e a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Larissa Maia Campos Falles. 

Mesa de abertura — Fotos: Mateus Felipe

O curso tem como objetivo capacitar lideranças comunitárias para atuarem como multiplicadoras de direitos e fortalecer o enfrentamento à violência de gênero nos territórios onde o Estado nem sempre alcança. As Defensoras Populares consolidam-se como referência local, conectando mulheres em situação de vulnerabilidade aos mecanismos de proteção e acesso à justiça.

Solenidade contou com a presença das formandas no auditório da DPMG

Durante a solenidade, a coordenadora da Esdep, defensora pública Silvana Lourenço Lobo, reforçou que o trabalho institucional precisa priorizar a prevenção da violência e não apenas a resposta punitiva, diante do que classificou como uma “pandemia mundial de matança e extermínio de mulheres”.  

Coordenadora da Escola Superior da DPMG, defensora pública Silvana Lourenço Lobo

A coordenadora definiu o feminismo como o compromisso com a igualdade de direitos entre homens e mulheres e convocou as formandas a enfrentarem o machismo em todas as suas formas, inclusive quando reproduzido por mulheres. Na mesma linha, a coordenadora da CEDEM e paraninfa da turma, defensora pública Luana Borba Iserhard, destacou que o certificado recebido é, antes de tudo, uma convocação: ser mãos que acolhem, braços que sustentam e vozes que ecoam, rompendo silêncios e fortalecendo redes de apoio. A oradora da turma, Dandara Raiane, sublinhou que conhecer direitos rompe ciclos de violência e padrões históricos de desigualdade.

Coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (CEDEM) defensora pública Luana Borba Iserhard

A cerimônia também contou com uma programação cultural, apresentado pela artista Luna Matos, que interpretou composições próprias e canções de Caetano Veloso e Gonzaguinha, dedicadas aos seus ancestrais. Leituras de poemas realizadas pela estagiária Bruna Fajardo e pela artista Cida Martins, ambas formandas do curso, compuseram o momento.

Apresentação musical da artista Luna Matos

O evento coincidiu com os “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, marco reforçado pela lembrança do Dia do Laço Branco, em 6 de dezembro, símbolo do compromisso dos homens com o enfrentamento à violência. A diretora estadual de Gestão das Delegacias Especializadas de Proteção à Mulher, delegada Larissa Maia, reafirmou o apoio da PCMG às Defensoras Populares e orientou que jamais se calem diante de crimes. Houve ainda um minuto de silêncio em homenagem às mulheres vítimas de feminicídio, incluindo mulheres trans, como Alice, assassinada em contexto de transfobia.

A diretora estadual de Gestão das Delegacias Especializadas de Proteção à Mulher da PCMG, delegada Larissa Maia

Outro destaque foi o lançamento do livro da formanda Vilma Fernandes Carvalho, “O método tenha a cintura fina não é sobre estética, é sobrevivência”, que alcançou posição de destaque em seis categorias no site da Amazon. Doutora em Bioquímica e Nutrição, Vilma fez um paralelo entre a obesidade — doença crônica e silenciosa — e as marcas emocionais deixadas pela violência, reforçando que saúde é direito, não privilégio, e que até a gordura produzida pelo cortisol em situações de estresse pode revelar uma forma de violência contra o próprio corpo.

Momento de lançamento do livro

O encerramento ocorreu com a entrega dos certificados em uma solenidade em reconhecimento ao percurso das participantes.

Cliquei aqui e assista a solenidade na íntegra.


Mateus Felipe — Jornalista/DPMG