Defensoria Pública de Minas Gerais promove bate-papo sobre inclusão e relações familiares durante a Semana da Pessoa com Deficiência 

A Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio da sua Escola Superior (Esdep), da Defensoria Especializada da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência e da Coordenadoria de Projetos, Convênios e Parcerias (CooProC), em celebração à “Semana da Inclusão da Pessoa com Deficiência”, realizou nessa quarta-feira (3/9) o “Bate-Papo: Pessoas com Deficiência e Relações Familiares”. O encontro foi realizado no auditório da Unidade I da DPMG, na Capital. 

O bate-papo contou com a presença da especialista em Neuropsicologia e coordenadora do Ambulatório de Neuropsicologia da Fundação Dom Bosco, Rachel Elisa Rodrigues Pereira de Paiva, como facilitadora. A mediação foi feita pela coordenadora da Defensoria Especializada da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência, defensora pública Fernanda Cristiane Fernandes Heringer, pela psicóloga analista do Setor Psicossocial da DPMG, Jéssica Fernanda Lima, e pela defensora pública em atuação na Especializada de Defesa dos Direitos das Mulheres em Situação de Violência de Gênero (NUDEM), Diana Fernandes de Moura. 

Durante o encontro, foram debatidos temas relacionados à inclusão, ao fortalecimento dos vínculos familiares e à importância de compreender os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência. 

Para a defensora pública Fernanda Heringer, a troca de experiências foi essencial para aprimorar a escuta e a abordagem da instituição no acolhimento desse público. Ela destacou que o bate-papo foi uma oportunidade valiosa para ouvir relatos das próprias pessoas com deficiência e também de seus familiares. Segundo Fernanda, a equipe da Defensoria recebeu orientações importantes, tanto das pessoas com deficiência quanto das psicólogas que participaram da atividade, sobre como abordar os atendimentos, como se portar e quais atitudes adotar, especialmente diante de situações que envolvem microviolências cotidianas e até mesmo violência institucional. 

A defensora ressaltou que o momento foi enriquecedor e trouxe reflexões sobre os limites entre o suporte oferecido e a autonomia da pessoa com deficiência. Para ela, o aprendizado do encontro girou, principalmente, em torno da importância de incentivar essa autonomia e da necessidade de implementação de políticas públicas e protocolos de atendimento específicos para garantir um acolhimento mais adequado. 

A especialista Rachel Elisa também destacou a relevância do espaço de diálogo promovido pela Defensoria, ressaltando que a inclusão vai além das discussões teóricas e precisa considerar o papel das famílias no processo. Ela explicou que conheceu a defensora Fernanda por meio da clínica Espaço Integrar, onde atua como sócia-proprietária, e que o convite para participar do bate-papo surgiu justamente pela sua experiência na área, que hoje é seu principal campo de atuação, atendendo pessoas com deficiência física, autismo e outros transtornos mentais. 

Segundo Rachel, o objetivo do encontro foi criar um espaço para escuta e troca de experiências, permitindo compreender melhor as demandas da comunidade e discutir o apoio familiar, que considera fundamental. Ela lembrou que há evidências consistentes sobre a importância de oferecer suporte não apenas às pessoas com deficiência, mas também aos cuidadores e familiares, que desempenham um papel essencial nesse processo. 

Rachel elogiou ainda a iniciativa da Defensoria ao propor o bate-papo durante a Semana da Pessoa com Deficiência e contou que indicou vários pacientes para participarem, justamente para que conhecessem seus direitos e se engajassem nas discussões. Para ela, a inclusão precisa ser pensada de forma mais ampla, indo além do discurso comum sobre acessibilidade e oportunidades. O debate, segundo a especialista, trouxe um olhar necessário sobre como a inclusão acontece dentro do próprio núcleo familiar e quais são os desafios enfrentados no dia a dia. 

Mateus Felipe – Jornalista/DPMG