Defensoria Pública promove capacitação interna com foco no atendimento de pessoas neuroatípicas

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A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio de sua Escola Superior (Esdep), promoveu uma capacitação interna com foco no atendimento inclusivo e manejo de situações de crise. A ação aconteceu na sexta-feira (5/12) no auditório da Unidade I da DPMG, em Belo Horizonte, e de forma virtual para o interior.

De iniciativa do Centro de Conciliação e Mediação (CCM) e da Defensoria Especializada da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência, em parceria com o Instituto Mano Down, a capacitação teve como objetivo debater abordagens técnicas e corretas de pessoas neurodivergentes e em sofrimento mental no atendimento institucional. Participaram defensoras e defensores públicos, servidoras e servidores, estagiários e estagiárias e Assproms da capital e das Unidades do interior.

A Coordenadora Estadual dos Centros de Conciliação e Mediação da DPMG, defensora pública Paula Regina Fonte Boa Pinto, ressaltou a importância de a Defensoria Pública trabalhar cada vez mais para atender todos os públicos de forma plena. “É essencial que a gente saiba fazer isso para prestar um atendimento realmente eficiente, qualificado e adequado”, afirmou.

A Coordenadora Estadual dos CCM, defensora pública Paula Regina Fonte Boa, propôs a capacitação para atender a demanda que a Defensoria Pública vem tendo com novos públicos — Fotos Bryan Carvalho/DPMG

Em sua fala, a coordenadora da Especializada, defensora pública Fernanda Fernandes, compartilhou seu histórico de atuação na Especializada e as diferentes formas atender as pessoas neurodivergentes e em sofrimento mental. “Precisamos fazer o exercício de pensar que, muitas vezes, para essas pessoas estar no cotidiano é estar pisando num abismo, em uma realidade que é muito diferente da nossa”, destacou.

A defensora pública faz parte da Especializada desde 2011 e atuou em inúmeros casos de pessoas neuroatípicas que exigiram diferentes abordagens e manejos  

A psicóloga Jéssica Fernanda, que também atua junto à Especializada, abordou a temática a partir de três eixos, cada um com foco em uma perspectiva do atendimento inclusivo. No primeiro momento, a psicóloga falou sobre o contexto histórico dos modelos de exclusão, passou por uma apresentação dos públicos atendidos pela Defensoria Pública e, por fim, fez uma exposição de técnicas qualificadas de manejo em situações de crise no contexto do atendimento.

Para Jéssica, a capacitação é fundamental para ajudar as pessoas com deficiência a acessarem seus direitos fundamentais, pois elas enfrentam inúmeros obstáculos nesse processo. “Muitas vezes, as pessoas neuroatípicas não conseguem acessar os serviços de forma a atender suas necessidades. Então, é preciso falar sobre os diversos tipos de barreiras em relação às nossas atitudes e como nosso comportamento diante da pessoa com deficiência pode ser modificado para que as pessoas consigam acessar melhor o serviço”, frisou.

Em sua exposição, a psicóloga Jéssica Fernanda também compartilhou depoimentos de pessoas em sofrimento mental e suas dificuldades enfrentadas no dia a dia 

A participação do Instituto Mano Down na capacitação contou com a presença da coordenadora de Educação Inclusiva, Francisleny Lopes, e da autodefensora Helga Almeida. As duas compartilharam suas experiências com o atendimento, Francisleny, na perspectiva do profissional que atende, e a Helga, como pessoa com deficiência que é atendida.

A participação do Instituto Mano Down é fruto de uma parceria com a Defensoria Pública para a promoção da inclusão das pessoas com deficiência  

Na sequência, houve um momento de troca e perguntas entre as participantes do Instituto e a equipe da Defensoria Pública presente. As pessoas puderam tirar dúvidas de como agir em determinadas situações e pequenos detalhes que podem ajudar na hora do atendimento.

A coordenadora regional de Atendimento na capital, defensora pública Raquel de Souza Pyramo Novaes, evidenciou como a capacitação irá qualificar ainda mais o atendimento da Defensoria Pública em relação ao assistido. “É uma forma de compreender como essas pessoas lidam com as situações de estresse, barulho e imprevisibilidade, para conseguir compreender o outro e proporcionar um ambiente adequado para o acolhimento do assistido”, afirmou.

Para a defensora pública Raquel de Souza Pyramo Novaes, a capacitação é uma forma de preparar o atendimento da Defensoria Pública para lidar de forma adequada em diferentes contextos no atendimento  

Ao fim da capacitação, o coordenador Estratégico de Promoção e Defesa da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência, defensor público Luis Renato Braga Arêas Pinheiro, reafirmou o valor da capacitação e de que a Defensoria Pública continue promovendo a atuação preventiva, escuta ativa e empatia.


Davison Henrique — ASCOM/DPMG
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