Em um bate-papo inspirador com a escritora, jornalista e publicitária mineira Carla Madeira, autora brasileira mais lida do Brasil em 2023, a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) abriu nesta sexta-feira (1º/3) a programação das suas atividades do mês das mulheres.
Com a mediação da defensora pública-geral Raquel Gomes de Sousa da Costa Dias, percorrendo as tramas e as personagens de seus livros e traçando paralelos com a vida real, Carla Madeira falou sobre o papel da escrita na elaboração de sentimentos, sobre literatura, linguagem, universo feminino, amizade, perdão, imperfeições e humanidade.
Num auditório lotado por admiradoras e admiradores da obra literária de Carla Madeira – entre defensoras e defensores públicos, servidoras e servidores, estagiárias e estagiários, além de mulheres inspiradoras especialmente convidadas -, o evento também foi transmitido ao vivo pelo canal da DPMG no Youtube (c/defensoriamineira). Clique abaixo para assistir.
Para Carla, a linguagem é necessária para encaminhar as angústias que nos permeiam e habitam. “A emoção é um corpo, uma paisagem interna, e a razão é a busca de coerência para esse corpo na dimensão da linguagem. Todo corpo perturbado busca o equilíbrio nesse arranjo”, afirmou a autora.
Falando sobre mulheres, a escritora propôs reflexões, como a primeira matriz da violência de gênero ser o pensamento comum de que o gozo está para o homem, enquanto o sacrifício está para a mulher. Ao tocar na maternidade, com sua força e fragilidade inerentes, Carla observou o redimensionamento das emoções que ela provoca.
Apresentando um recorte do universo comum à narrativa e personagens das obras de Carla Madeira com as variadas diversidades e vulnerabilidades dos públicos atendidos pela Defensoria Pública, o bate-papo com a defensora-geral Raquel da Costa Dias percorreu histórias e reflexões da autora, cuja matéria-prima de seus livros vai fundo na ambiguidade do viver e nas emoções.
Abaixo, algumas reflexões feitas pela escritora durante a sua apresentação:
Perdão
“A Justiça não dá conta de curar todas as camadas de uma agressão”.
“Perdoar é cessar o ódio. É a chance de tirar a vítima da mão do agressor”.
Julgamentos
“De fora, fazemos arranjos melhores do que quem está dentro do problema. Nossa humanidade existe quando entendemos essa complexidade”.
Maternidade
“Quando temos um filho, esbarramos na questão da nossa própria impotência”.
Escrita
“A literatura é a maneira que eu tenho de lidar com a realidade”.
Ao final, Carla Madeira respondeu às perguntas da plateia e distribuiu autógrafos.
#ElasInspiram
O encontro integra a Campanha #ElasInspiram, iniciativa da DPMG voltada para seu público interno, em celebração ao mês das mulheres.
A Campanha vai destacar histórias inspiradoras de defensoras públicas, servidoras e estagiárias que fazem a diferença todos os dias, que transformam ou já transformaram o mundo ao seu redor.
Alessandra Amaral – Jornalista DPMG