O mutirão Banho de Amor – parceria da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) com a Associação Banho de Amor – alcançou mais de 800 atendimentos nas primeiras quatro edições de 2022. Nas ações sociais, foram distribuídos 600 sanduíches, outros 480 kits com biscoitos, lanches e mais de 70 litros de bebida achocolatada e café, além do acolhimento. A DPMG deu encaminhamento a 26 demandas, entre assistência jurídica gratuita e ações de garantia da dignidade humana e cidadania.
Os atendimentos a pessoas vulnerabilizadas de Belo Horizonte, como aquelas em situação de rua, prosseguem todas as terças-feiras, cada dia em um ponto diferente da capital. A parceria entre a Defensoria e a Associação Banho de Amor existe desde 2018. O próximo atendimento será na esquina das ruas Tamoios com Mato Grosso, Centro, no dia 12 de julho.
Na sequência, acontecem nos seguintes locais:
– 19 de julho – Praça da Estação, Rua Aarão Reis, nº 423, em frente à Estação Ferroviária, Centro.
– 26 de julho – Praça Afonso Vaz de Melo, entrada pela Rua Itapecerica, em frente ao número 185, Lagoinha.
– 2 de agosto – Praça da Estação – Rua Aarão Reis, nº 423 – em frente à Estação Ferroviária, Centro.
Retomada
O projeto Banho de Amor havia sido suspenso temporariamente por conta da pandemia de Covid-19 e a retomada das atividades se deu com a primeira mobilização realizada na esquina das ruas Tamoios e Mato Grosso (dia 14/6), seguindo até a Praça da Estação (21/6), a Praça Afonso Vaz de Melo, na Lagoinha (28/6) e concluída com mobilização na última terça-feira (5/7), novamente na Praça da Estação.
Parceira do mutirão desde as primeiras mobilizações, a Defensoria Pública de Minas Gerais se mobilizou neste ciclo de retomada do evento oferecendo, de forma gratuita, prestação de assistência jurídica nas áreas cível, de saúde, da família, criminal e de execução penal.
As defensoras públicas Déborah Picinin Muzzi (em atuação na área da família) e Vanessa Maria de Miranda Pontes (da área criminal) prestaram atendimento juntas nos dias 14 e 28 de junho. Já as defensoras públicas Marcella Moraes Pereira das Neves (da área criminal) e Isméria Tupinambá de Lellis Branquinho (da área de família) atuaram nas mobilizações realizadas nos dias 21 de junho e 5 de julho.
Nos eventos realizados nos dias 14 e 28 de junho, a Defensoria Pública de Minas somou 11 atendimentos. Prestou assistência jurídica com informações sobre execução penal e mandado de prisão, solicitações com pedidos de novas vias do documento de identidade e certidão de nascimento, além de solicitações de informações quanto a andamentos de processos penais.
Já nos dias 21 de junho e 5 de julho, outros 15 atendimentos foram registrados. Mais voltados à esfera criminal, foram solicitadas às defensoras públicas informações sobre andamento processual, existência de mandados de prisão, levantamento de penas além da atualização de endereços em processos penais.
Dignidade e cidadania
Além da assistência jurídica, a iniciativa ofereceu ao longo dos dias de ações como cuidados pessoais, a doação de roupas, cobertores, alimentos, máscaras de proteção contra a Covid-19 e atendimento médico, psicossocial e de qualificação profissional.
Nos atendimentos – promovidos, em média, ao longo de 4 horas num determinado ponto da cidade – são oferecidos às pessoas vulnerabilizadas serviços que resgatam alguns dos cuidados básicos, essenciais a qualquer cidadã e/ou cidadão: do banho com direito a uma roupa e chinelos novos e um cobertor, o cuidado com as unhas e até um bate-papo informal com as voluntários e voluntários dispostos a servir, acolher.
A diretora da Associação Banho de Amor, Maria Alice Vasconcelos, comemorou a retomada dos trabalhos neste ano e destacou a importância de poder contar com parcerias de peso como a que é oferecida pela Defensoria Pública de Minas desde 2018. “O Banho de Amor é a porta de entrada para a recuperação da dignidade dos assistidos e a parceria com a Defensoria é fundamental para o sucesso dessa iniciativa”, definiu Alice.
Participante das duas últimas edições do programa, a defensora pública Marcella Moraes definiu a experiência de fazer parte das mobilizações. “Participar do projeto Banho de Amor foi incrível. Ele nos aproxima da realidade e nos faz ter uma sensibilidade, ainda maior, quando nos deparamos com a situação de tantas e tantas pessoas vulnerabilizadas nas ruas”, relatou.
Segundo Marcella Moraes, a sensação é de que cada atendimento realizado e a atenção dispensada, faz muita diferença. “E isso nos engrandece”, disse. A defensora pública concluiu o sentimento de representar a Defensoria Pública na iniciativa com uma frase recebida por membros da ONG, logo no início dos trabalhos, que dizia: “voluntariar é doar amor para curar a dor do outro. E sem saber, descobre que esse é o remédio para curar a nossa própria dor”.
Jacques Leal – Jornalista/DPMG