A Defensoria Pública de Minas Gerais aderiu ao movimento nacional “Campanha Despejo Zero – Pela Vida no Campo e na Cidade”, em favor da suspensão imediata de processos de despejos e remoções, independentemente de terem origem na iniciativa privada ou no poder público.
A iniciativa, com participação de mais de 40 instituições, tem o objetivo de denunciar a contínua ação de despejo e reintegrações de posse que vem ocorrendo nos últimos meses em vários estados brasileiros, mesmo com a pandemia da Covid-19.
Nesta quinta-feira (10/9), a campanha foi oficialmente lançada em Minas Gerais em um ato na Praça da Estação, em Belo Horizonte.
De acordo com a defensora pública Cleide Aparecida, em atuação na Defensoria Especializada de Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientas (DPDH), ao serem despejadas as pessoas tornam-se ainda mais vulneráveis e expostas à contaminação, uma vez que o isolamento e o distanciamento social são as principais medidas de proteção ao coronavírus.
A defensora explica que a DPDH está acompanhando os conflitos fundiários e urbanos em Minas Gerais e a campanha surge em um momento singular da sociedade brasileira, afligida não só pela crise sanitária, pelo risco de contágio, como pelo contexto socioeconômico atual.
“Temos acompanhado os conflitos e conhecemos de perto o sofrimento das famílias que decidem, por força da necessidade e desespero, ocupar um imóvel com ou sem auxílio dos movimentos sociais. Para enfrentar essa doença é necessário a solidariedade, não apenas por razoes humanitárias, mas em nome da própria sobrevivência da humanidade. O cumprimento de despejos implica em aglomerações e colocam em risco além das famílias, os diferentes agentes públicos envolvidos na diligencia”, afirma Cleide Nepomuceno.
Cristiane Silva/Jornalista DPMG