Justiça condena as empresas Vale, BHP e Samarco pelos danos morais coletivos causados pela tragédia em Mariana

Por Assessoria de Comunicação em 26 de janeiro de 2024

Após oito anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a 4ª Vara Federal Cível e Agrária da SSJ de Belo Horizonte julgou procedente o pedido das instituições de Justiça, dentre elas a Defensoria Pública de Minas Gerais, de antecipação do mérito responsabilizando as empresas Vale S/A, BHP Billiton Brasil e Samarco como causadoras dos danos decorrentes da tragédia.

As sociedades BHP, Vale e Samarco foram condenadas ao pagamento de danos morais coletivos, em razão da violação de direitos humanos das comunidades atingidas. O valor foi fixado em R$ 47, 6 bilhões, a ser corrigido e com juros desde 05 de novembro de 2015. Cabe recurso da decisão.

A petição, solicitando o julgamento antecipado parcial de mérito e a condenação das empresas Vale, BHP e Samarco em dano moral coletivo foi protocolada pelas Defensorias Públicas de Minas Gerais, do Espírito Santo (DPES) e da União (DPU), e os Ministérios Públicos de Minas Gerais (MPMG), do Espírito Santo (MPES) e Federal (MPF) em outubro de 2023.

O Juízo fundamentou a decisão no entendimento de que o rompimento da barragem gerou consequências socioeconômicas com impactos na coletividade por muitos anos, atingindo mais de uma geração por ter afetado profundamente o meio ambiente e os modos de vida dessas comunidades.

“O impacto não se restringe às pessoas que moravam nas localidades atingidas. Gerações futuras serão afetadas. As comunidades foram impactadas em sua moradia, trabalho e relações pessoais. Pessoas foram mortas em razão do rompimento. Houve a degradação ambiental, com destruição da flora e fauna, o que inclui o sofrimento de animais. Houve perda da qualidade de vida. O rompimento gerou efeitos no ecossistema, com interferências negativas em várias cadeias produtivas e processos ecológicos”.

De acordo com a defensora pública Carolina Morishita, em atuação no Núcleo Estratégico da Defensoria Pública de Proteção aos Vulneráveis em Situação de Crise, o reconhecimento da responsabilidade das empresas, fundamentado nas imensas violações de direitos humanos não apenas da geração presente, mas das vindouras, é uma conquista processual importante para as pessoas atingidas. “É uma forma do processo negritar a violência perpetrada e os danos que se renovam todos os dias mais de oito anos após o rompimento”, ressaltou a defensora.

Tragédia em Mariana
O rompimento da Barragem do Fundão, ocorrido em 2015, em Mariana, completou oito anos no último dia 5 de novembro. Considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil, resultou em 19 mortes e causou o despejo de 44 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração. A lama contaminou toda a extensão da bacia hidrográfica do Rio Doce e parte do litoral capixaba, afetando municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, onde se encontra a foz do rio.

Ao todo, foram atingidos, de forma direta ou indireta, 49 municípios, com um contingente populacional de 2.449.419 pessoas.

Cristiane Silva, jornalista DPMG

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