Mais 300 mulheres se capacitam como defensoras populares, formação promovida pela DPMG. Formatura será no sábado, 22 de junho 

Por Alessandra Amaral em 19 de junho de 2024

Curso possibilita que as mulheres alunas contribuam para mudanças sociais a partir dos núcleos nos quais estão inseridas, tornando-se disseminadoras e multiplicadoras do conhecimento em relação aos direitos das mulheres 

Quase 300 mulheres de Minas Gerais estão mais informadas e empoderadas em relação a seus direitos e ao combate ao machismo, ao preconceito e à violência. Elas se capacitaram como defensoras populares, formação promovida pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio de sua Escola Superior (Esdep) e de sua Coordenadoria Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (CEDEM). 

A cerimônia de formatura será na manhã do próximo sábado, dia 22 de junho, no auditório da Faculdade de Direito da UFMG (Av. João Pinheiro, 100 – Centro, BH) e terá a presença da defensora pública-geral de Minas Gerais, Raquel Gomes de Sousa da Costa Dias. 

O curso “Defensoras Populares” é direcionado às mulheres lideranças comunitárias, para se tornarem multiplicadoras de seus direitos, orientando e auxiliando outras mulheres que estiverem sofrendo algum tipo de violência de gênero em seus territórios. 

Esta foi a segunda edição do curso em Belo Horizonte e foi a primeira vez que a capacitação alcançou todo o Estado. As aulas foram realizadas de forma híbrida, presencialmente no auditório da DPMG e com transmissão pelo YouTube. 

Algumas das mulheres participantes presenciais acompanhadas por facilitadoras do curso – Foto: Daniela Godoy/DPMG

Modelo de educação popular 

A capacitação trabalhou conteúdos como: estruturas de gênero, raça e classe; violências de gênero e Lei Maria da Penha; violência institucional de gênero e redes de atendimento; saúde, viver bem e autonomia reprodutiva; direito à moradia adequada, com perspectiva de gênero; mulheres no mundo do trabalho; seguridade social e direito previdenciário para mulheres; além de participação política e representatividade.  

A defensora pública Samantha Vilarinho Mello Alves, coordenadora de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, explica que os temas das aulas foram definidos por grupos de mulheres lideranças comunitárias, visitados pela equipe da CEDEM desde o mês de janeiro. “Por se tratar de um modelo de educação popular que segue os preceitos de Paulo Freire, cada módulo do curso foi sendo construído pelas próprias alunas. Em todas as aulas houve a explanação de uma defensora popular formada pela primeira edição do curso, no ano de 2017, pois as educandas são educadoras e o conhecimento que liberta é obtido por uma via de horizontalidade”. 

Para o planejamento dos módulos e seus conteúdos, a CEDEM realizou diversos encontros com grupos de mulheres de várias regionais da Capital, buscando conhecer seus interesses e colhendo sugestões de temas para as aulas.  

Em um total de 60 horas/aula, o curso contemplou teoria e prática, além de visitas técnicas a equipamentos da rede de atendimento às mulheres em situação de violência de gênero de Belo Horizonte. 

Feira 

Uma feira de artesanato e alimentos organizada pelas próprias alunas do curso encerrou a jornada da capacitação. Produzidos por elas, os produtos foram expostos, no dia 12 de junho, no foyer da Unidade I da DPMG em BH. 

A empresária, maquiadora e palestrante, Luciana Schettini, foi uma das alunas que expôs na feira. Com histórico de abuso sexual na infância, Luciana conta que demorou “uns 38, 40 anos para conseguir realmente colocar tudo para fora, entrar em uma delegacia e, mesmo como todos os constrangimentos, fazer uma ocorrência”. 

Hoje, “se sente uma vencedora” e, além do curso de maquiagem que disponibiliza gratuitamente para mulheres e meninas em situação de violência e vulnerabilidade, ministra palestras para conscientização e empoderamento de mulheres.  

Para Luciana, o Defensoras Populares “veio na hora certa”. “Muitas mulheres me procuram para um desabafo e, com o curso, agora eu sei dizer para elas aonde ir, quem procurar, como fazer. Poderei ajudar da melhor maneira possível”, disse. 

Clique para ler a matéria da feira, com mais depoimentos de participantes. 

Esta foi a segunda turma de defensoras populares capacitadas pela Defensoria Pública mineira. Em 2017, 114 mulheres se formaram. 

Alessandra Amaral – Jornalista DPMG. 

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