Defensoras públicas participam de audiência pública na ALMG sobre Novo Socioeducativo proposto pelo Governo de Minas

Por Assessoria de Comunicação em 15 de dezembro de 2023

As defensoras públicas Daniele Bellettato Nesrala, coordenadora da Coordenadoria Estratégica de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes (Cededica), da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), e Ana Paula Coutinho Canela e Souza, coordenadora da Defensoria Especializada dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes – Ato Infracional e coordenadora-geral do Fórum Permanente do Sistema Socioeducativo de Belo Horizonte, participaram de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O evento ocorreu nesta quinta-feira (14/2). 

A audiência pública reuniu representantes do Ministério Público, servidores do socioeducativo, de entidades da sociedade civil e jovens que passaram pelo sistema. Teve como finalidade o debate acerca do projeto intitulado “Novo Socioeducativo” e a garantia de direitos aos adolescentes em privação de liberdade. O projeto é uma iniciativa do Governo de Minas Gerais, de gestão privada de unidades e tem gerado questionamentos, por parte de especialistas, sobre a eficácia na ressocialização de adolescentes. 


O modelo de gestão adotado é uma parceria público-privada (PPP) que envolve a construção e depois a gestão de dois centros de internação para menores que cometeram ato infracional. A previsão é de que os centros serão implantados em Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte) e em Santana do Paraíso (Região Metropolitana do Vale do Aço). O projeto foi criticado pelos participantes da audiência, com o argumento de que o modelo dificultará a fiscalização do poder público sobre maus-tratos dentro das unidades, facilitando a prática da tortura. 

Em sua participação, a defensora pública Daniele Bellettato destacou que os recursos para o Novo Socioeducativo vieram de multas aplicadas pela Operação Lavajato e que estão em construção dois centros socioeducativos masculinos, com 90 vagas cada um, quando a orientação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) é de unidades com no máximo 40 pessoas. Ela pontuou que não houve consulta às comunidades e às autoridades locais quanto à construção dos centros e também apontou para alternativas ao projeto mineiro. 

A defensora Ana Paula Canela fez um alerta sobre a ocorrência de doença mental, um problema grave que abarca o sistema socioeducativo. Ela narrou sua experiência ao visitar uma unidade em Belo Horizonte no qual, dos 50 adolescentes abrigados, cerca de 27 apresentam questões de saúde mental e precisam de atendimento diário.  

Outra problemática enfatizada pela defensora pública Ana Paula Canela é a desumanização por meio da desterritorialização, uma vez que vários adolescentes ficam em unidades com até 700 km de distância de suas casas, o que dificulta a manutenção de vínculos familiares e sociais desses menores. A defensora pública também ressaltou que o adolescente infrator passa por várias instâncias do serviço público, principalmente da área de segurança, mas quem o recebe é quem fica com a menor quantidade de recursos para a atuação. 

Com informações ALMG. 

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