Curso tem como público mulheres lideranças, para que sejam disseminadoras de conhecimento e contribuam para as mudanças sociais a partir dos núcleos que estão inseridas
Abertura
Representando o defensor público-geral em exercício, Nikolas Stefany Macedo Katopodis, a diretora da Esdep, defensora pública Silvana Lobo, observou o número expressivo de mulheres participantes e destacou a importância do curso “para a transformação pessoal e da coletividade”.
Silvana Lobo salientou que as mulheres têm os mesmos direitos que os homens e alguns a mais. “O preconceito é tão grande que precisamos ter alguns direitos a mais que nos protejam e possibilitem esta igualdade. A Defensoria Pública não consegue estar em todos os lugares. Vocês serão nossas antenas, que irão captar o conhecimento e levá-lo a todos os municípios do estado”, afirmou.
“É inimaginável que em 2024 ainda tenhamos índices alarmantes de violência contra as mulheres”, pontuou o corregedor-geral Galeno Gomes Siqueira. Ele classificou a realização do curso na Defensoria Pública como muito significativa, pois a Instituição é a casa da cidadania, de promoção dos direitos humanos e enfrentamento a todo tipo de violência. “Vocês serão multiplicadoras de ações de combate ao machismo, ao preconceito e à violência de gênero”, disse o corregedor.
A diretora-presidenta da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos de Minas Gerais (ADEP-MG), defensora pública Marolinta Dutra, salientou que, para além da atuação da DPMG em defesa das mulheres em situação de violência, a promoção do II Defensoras Populares, representa uma importante atuação extrajudicial para evitar que as mulheres sofram violências. “A educação em direitos também é uma missão constitucional da Defensoria Pública. Que vocês sejam multiplicadoras deste conhecimento”, disse.
À frente da Coordenadoria Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (CEDEM) da DPMG, a defensora pública Samantha Vilarinho Mello Alves finalizou os pronunciamentos da abertura do curso com informações práticas para as alunas.
Ela explicou que a capacitação segue a metodologia freiriana, ou seja, tem uma concepção com foco nas alunas, em uma construção a partir do diálogo e participação.
Para o planejamento dos módulos e seus conteúdos, a CEDEM realizou diversos encontros com grupos de mulheres de várias regionais da Capital, buscando conhecer seus interesses e colhendo sugestões de temas para as aulas. O curso terá a parte teórica, mas seu foco será prático e poderão ser oferecidos outros conteúdos, caso as alunas sinalizem interesse.
A formação está dividida em dois grupos – Turma Lilás, com aulas aos sábados de manhã, e Turma Verde, com aulas às terças-feiras, durante a noite.
A divisão das turmas foi feita de forma a contemplar a necessidade e disponibilidade das participantes. Embora o tema central seja o mesmo para os dois grupos, as matérias são diferentes.
Samantha Vilarinho explicou que as aulas ficam disponíveis no canal da DPMG no YouTube (c/defensoriamineira) e sugeriu que as participantes assistam também às aulas da outra turma, para terem acesso a todo o conteúdo trabalhado.
Receberão certificado de participação as alunas que cumprirem 75% da carga horária (sejam de uma mesma turma ou parte em uma turma, parte em outra).
A formatura das duas turmas está prevista para o dia 4 de junho.
Cada módulo terá a explanação de uma defensora popular formada na primeira edição do curso, realizada em 2017.
Nesta primeira aula, a defensora popular Simone Oliveira deu um depoimento sobre o impacto da formação em sua trajetória pessoal e profissional enquanto liderança comunitária, defensora de direitos humanos e multiplicadora do conhecimento adquirido em sua comunidade.
Depoimentos
Liderança no bairro Cabana, Rosa Inês Pereira da Silva está fazendo o curso pela segunda vez, para se atualizar. “Trabalho com crianças, adolescentes, mulheres e pessoas da terceira idade. Tenho muito orgulho do meu trabalho e o curso é muito construtivo, o que eu aprendo aqui, eu levo para as mulheres. É um aprendizado que levamos para as nossas comunidades”.
Edneia dos Santos também é defensora popular formada na primeira edição da capacitação. À época era estudante de Direito e, em sua trajetória, foi estagiária na Defensoria Especializada de Defesa dos Direitos das Mulheres em Situação de Violência de Gênero (Nudem-BH), onde se identificou com a defesa das mulheres e se capacitou mais ainda.
“Eu vejo o curso como um estreitamento de caminho entre a população e a Defensoria Pública. Nós, defensoras populares, somos um elo de ligação e isso facilita muito o atendimento das mulheres nos órgãos de defesa das mulheres”, observou.
Quase 600 mulheres se inscreveram para esta edição do “Defensoras Populares”. As aulas acontecem de forma híbrida, presencialmente no auditório da DPMG e com transmissão pelo YouTube.
Clique abaixo e acompanhe a aula inaugural da Turma Lilás.
A aula inaugural da Turma Verde será na próxima terça (9/4).
Alessandra Amaral – Jornalista DPMG.