Nesta quarta-feira (14/12), a Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio da Escola Superior (Esdep-MG), realizou a última aula do Módulo IX do “Curso de Formação Continuada em Gênero e Raça/Etnia”. Este foi o último encontro do curso, iniciado em abril e dividido em 18 sessões.
Esta etapa abordou discussões sobre a os direitos sexuais e reprodutivos, violência obstétrica e aborto legal e com quais formas a Defensoria Pública pode atuar na prevenção da mortalidade materna, infantil e fetal.
Participou como facilitadora a professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerai (UFMG), Paula Gonzaga. A mediadora da reunião foi a defensora pública Flávia Marcelle, idealizadora do Projeto Gestação Legal, da Defensoria Pública de Minas.
A organização do curso foi realizada pela defensora pública Samantha Vilarinho Mello Alves, assessora Institucional da Defensoria-Geral, na função de Coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres.
Durante a sua fala, Paula Gonzaga falou sobre o racismo referente à saúde da mulher. “Sempre que a gente fala da mulher, a complexidade que é a gente pensar nessas relações tão intrinsecamente racistas no nosso país, o que significa a gente dizer ‘saúde da mulher?'”, questionou.
“Eu penso que esse é um termo que a priori precisa ser questionado por que essa mulher no singular. Sempre que a gente fala da mulher, a ‘questão da mulher’, o ‘ser mulher’ a gente tá usando esse termo no singular como se fosse universal, mas a gente está se referindo imageticamente a mulheres brancas, heterossexuais, sem deficiência e dentro da sua idade reprodutiva’, afirmou.
Paula falou ainda sobre políticas públicas que excluem parte da sociedade feminina. “Essas mulheres são múltiplas. Elas muitas vezes não são consideradas na formulação das nossas políticas públicas e isso tem impactado fortemente nas nossas dificuldades de implementar direitos”.
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Mateus Felipe, estagiário sob supervisão da Ascom.