Defensoria Pública de Minas Gerais forma a segunda turma da Escola de Convivência Familiar: ‘Saio daqui realizada’

Por Assessoria de Comunicação em 16 de maio de 2024

Segunda turma formada pelo projeto “Escola de Convivência Familiar”- Fotos: Mateus Felipe/DPMG

A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio da sua Escola Superior (Esdep), promoveu na terça-feira (14/5) a formatura da segunda edição da “Escola de Convivência Familiar”. A entrega dos certificados para 16 formandas e formandos foi realizada na sala de aula da Escola Superior, localizada na Unidade II da DPMG em Belo Horizonte. A primeira turma foi formada em dezembro de 2023.

Destinada a familiares e cuidadores de crianças e adolescentes em serviço de acolhimento institucional, a capacitação promovida pela DPMG abordou conteúdos teóricos e práticos. Foram oferecidas informações e ferramentas para auxiliar as famílias a serem mais protetivas, condição essencial para o retorno dos filhos ao convívio familiar. Nos últimos três meses, foram 13 encontros realizados.

Temas importantes

Focado na boa convivência familiar, o curso abordou temas fundamentais para o crescimento individual e coletivo. Durante as aulas, os participantes alternaram entre dinâmicas e debates sobre diversos assuntos, como:

– “O que é o acolhimento institucional? Serviços da rede. Órgãos do sistema de justiça. As Unidades de Acolhimento”;

– “Negligência, desenvolvimento humano e formação. Cuidados essenciais com o ser humano em formação”;

– “Rotina e bons hábitos familiares: alimentação, higiene, organização e tarefas domésticas. Importância e estratégias para a criação e fortalecimento de vínculos afetivos”;

– “Técnicas de mediação e conciliação de conflitos e comunicação não violenta”;

– “Violência doméstica e masculinidades – Técnicas alternativas ao uso da violência”, entre outros temas que compuseram a grade curricular da capacitação.

Depoimento

Renglet Erica Rodrigues, uma das formandas, compartilhou como conheceu o projeto e a importância dos aprendizados na sua vida. “Conheci a ‘Escola de Convivência Familiar’ por meio de uma audiência na justiça familiar, na qual eu estava. O juiz apresentou esse curso para mim e para minha família que estava lá na audiência. Achei a proposta muito interessante. Consegui a guarda das minhas sobrinhas e decidi me capacitar”, disse.

A formanda Rangler Rodrigues: “Tudo que aprendi tenho aplicado dentro de casa”

Em sua fala, a formanda destacou sua realização em participar da capacitação. “Estou muito satisfeita. Saio daqui realizada, completa. Tudo o que aprendi aqui tenho aplicado dentro da minha casa”, disse. “Foi uma experiência surreal, uma vivência que eu vou levar para a vida toda. Estou muito feliz pelo trabalho da Defensoria Pública e de todos os colaboradores, a equipe que nos auxiliou em tudo, tanto no transporte quanto na alimentação, as oportunidades e todo o conhecimento que a gente adquiriu aqui”, completou Renglet.

A formanda assegura já estar vendo a mudança no seu dia a dia. “Estou vendo o retorno não só em casa, mas assim na sociedade em si, sabe? Porque a convivência não tem que ser só familiar, tem que ser em um contexto geral. Em todas as áreas de nossa vida, então temos que procurar conviver da melhor forma possível. Aprendi muito sobre o respeito, sobre proteger as nossas crianças e nos fortalecer, porque nos fortalecendo conseguimos proteger a nossas crianças, os nossos familiares”.

Mediação e conciliação de conflitos

Renglet ainda contou qual foi a palestra do curso que mais a marcou. “Teve uma palestra sobre mediação de conflitos, que eu até me emociono, porque na minha vida, desde quando era criança, a convivência da minha família sempre foi muito marcada por conflitos em casa. E quando virei mãe na adolescência esses conflitos ficaram piores. Aprendi a importância do diálogo, da compreensão, da pacificação. Achava que resolvia no grito, no conflito e na guerra. Hoje, com o curso, aprendi que não é pela violência que a gente corrige ou tenta aplicar uma educação para os nossos filhos. Mas pela pacificação, diálogo, persistência e, principalmente, compreensão.”, finalizou.

Espaço montado pelo Museu dos Brinquedos na Unidade II da DPMG

Espaço de brincadeiras e acolhimento

Um espaço especial foi preparado para receber as crianças presentes nos encontros da capacitação. Representantes do Museu dos Brinquedos trouxeram ações educativas para as pequenas e os pequenos, com brincadeiras e outras atividades lúdicas. A iniciativa foi formalizada por meio de um acordo de cooperação técnica entre a DPMG e o Instituto Cultural Luiza de Azevedo Meyer.

Mateus Felipe – Jornalista/Esdep.

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