Neste ano, 113 casais participaram presencialmente da cerimônia do Casamento Comunitário de Belo Horizonte. No total, 225 se inscreveram e oficializaram a união, recebendo a documentação gratuitamente. A celebração aconteceu nesta terça-feira (23/5), no Grande Teatro do Minascentro.
Foi uma festa da cidadania, marcada por muita emoção e uma aura de encanto envolvendo os casais, que extravasaram suas emoções entre lágrimas e sorrisos, na realização de um sonho de amor. Confira histórias de alguns casais:
Gerli e José, amor que atravessa o tempo
O casal Gerli Maria dos Santos, 72 anos, e José Araruna Junior, 75, está junto há 60 anos. A longevidade deste amor e o carisma de ambos roubaram a cena no Minascentro. Ela conta que oficializar a união em uma cerimônia nupcial era um sonho que precisou ser adiado com a formação da família.
Ambos são só carinho um para com o outro quando se trata de narrar essa história de amor, deixando evidente o sentimento que nutre em seus corações. O casal conta que terem se conhecido foi uma graça divina, bem como a família que construíram.
Gerli e José contam que o segredo para um relacionamento perdurar por tanto tempo é a compreensão e a dedicação que um casal coloca em sua vivência diária. “Se pudesse viver novamente, escolheria estar ao lado dela e da minha família, porque sou homem feliz”, disse ele.
Sandra e Carlos, cumplicidade e superação
Sandra Vasco e Carlos Daniel têm 26 anos de união. Ela conta que a iniciativa para a formalização partiu dele. Segundo Sandra, o casal começou o casamento pelo alicerce. Tiveram um filho, porém ficaram seis anos vivendo em casas separadas. Quando ela adoeceu, Carlos prontamente passou a se dedicar em cuidar dela e foi então que passaram a morar juntos.
O casal afirma que o momento de doença e as perdas de entes queridos os uniram ainda mais, fortalecendo o amor. Ambos cuidaram um do outro quando contraíram Covid ao mesmo tempo. Uma história marcada por dificuldades, um casal que passou por momentos de aflição, mas que sempre superou tudo junto, buscando honrar o verdadeiro significado da frase “na saúde e na doença”.
“Casamento não é só felicidade, há as diferenças a serem superadas, mas que o amor que une deve ser o mesmo que supera e permite seguir adiante”, ensina Sandra.
Joselia e Rupenil, espera que valeu a pena
Joselia Maria, 52 anos, e Rupenil Santos, 62, estão juntos há cinco anos. Quando se conheceram, tinham suas vidas com outras pessoas. O tempo passou, as coisas mudaram; ele ficou viúvo, ela passou por uma separação e 30 anos depois, o casal se aproximou e engatou um relacionamento.
O casal decidiu oficializar a união porque era um desejo partilhado por ambos. Rupenil conta que a oportunidade de participarem do casamento comunitário foi uma bênção em suas vidas. “Quando vi no noticiário que estavam abertas as inscrições, esperei ansiosamente que Joselia chegasse em casa para contar a novidade e prepararmos a papelada”.
Ele providenciou toda a documentação, que teve três pequenos problemas, mas que foram resolvidos pela Defensoria Pública e assim puderam vivenciar um momento tão importante na vida de um casal, a cerimônia nupcial. “O momento, além de emocionante, é também de gratidão por estar vivendo algo tão maravilhoso ao lado da mulher que amo”, diz Rupenil.
Elisa e Gilmar, conexão entre instituições
Elisa Antônio dos Santos, 49 anos, e Gilmar Lima dos Santos, 53, estão há 20 anos juntos, porém só agora tiveram a oportunidade de oficializar a união, algo que vinham tentando desde o ano passado, quando não foi possível a oficialização no casamento comunitário de 2022 por questões de tempo e documentação.
A persistência valeu a pena. Neste ano o casal procurou novamente a Defensoria Pública de Minas e, dessa vez, deu tudo certo.
Para o casal, a espera pela hora do casamento era uma mistura de ansiedade e felicidade. Sensação de estar firmando um compromisso ainda maior um com outro. “Além de proporcionar a realização de um momento tão especial na vida de um casal, também assegura direitos”, diz Gilmar.
Emocionada, Elisa definiu a cerimônia como um dos momentos mais felizes de sua vida e incentiva a outros casais que tenham o desejo de oficializar a união a também participarem do casamento comunitário. “É uma experiência maravilhosa na vida de dois corações que se unem pelos laços do amor”, relata.
Gracieli Rocha, estagiária sob supervisão da Ascom.