A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio da Escola Superior (Esdep-MG), realizou nesta quinta-feira (26/5) uma palestra online sobre o projeto “Mindfulness – Meditação e Autoconsciência no Sistema Carcerário”. Participaram da live a defensora pública Elaine Karen Costa Araújo e a psicóloga Amanda Leite.
O projeto é desenvolvido na unidade da DPMG em Governador Valadares, dentro da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) feminina. Faz parte da execução do Planejamento Estratégico da Defensoria de Minas, reforçando a atuação extrajudicial da Instituição e levando cidadania às pessoas vulnerabilizadas.
A defensora pública Neusa Guilhermina Lara, coordenadora da Esdep-MG, participou como mediadora. Também estiveram presentes as jovens Alessandra, Alana e Daiane, recuperandas da Apac de Governador Valadares, que apresentaram relatos sobre os resultados da iniciativa.

O projeto “Mindfulness – Meditação e Autoconsciência no Sistema Carcerário” tem a coordenação da defensora pública Elaine Araújo, que atua no Juizado de Violência Doméstica de Governador Valadares e é especialista em Direito Constitucional, Direito Penal e Processual Penal, Direito em Assistência Jurídica, Filosofia e Teoria do Direito e também graduanda em psicologia.
É desenvolvido em parceria com Amanda Leite, psicóloga pós-graduada em Docência e Prática de Meditação, com certificação internacional em Mindfulness para Crianças e Adolescentes, formação básica em Mindfulness baseado em Terapia Cognitiva, certificação em Psicologia Positiva, MBA em Liderança e Coaching para Gestão de Pessoas e pós-graduanda em Psicologia Analítica com ênfase em mitologia, contos e arte. É também escritora e idealizadora do MeditAtivaMente & Parceria do Identidade A+.
Na apresentação, Elaine e Amanda frisaram a positividade da iniciativa, que vem promovendo a transformação de vidas. “Fornecer conteúdo para quando elas saírem da privação de liberdade, ter entendimento e conhecimento de seus pensamentos e sentimentos. Se conhecendo melhor para agir de forma mais sábia”, disse a defensora pública, ressaltando os objetivos do projeto.
Houve desafios na implementação do projeto devido à resistência das recuperandas por haver na sociedade a visão da meditação como algo místico. Mas a atuação da defensora pública junto à psicóloga foi gerando confiança por parte das recuperandas. “Quando chegamos à Apac para fazer esse contato, fomos adaptando, proporcionando momentos maiores de partilha, percebendo a necessidade de fala e de escuta em um espaço sem julgamentos”, afirmou Amanda.
Implantado no regime semiaberto da Apac, com a participação de todas as recuperandas, durante oito semanas e por meio de práticas cumulativas, o projeto tornou-se aplicável, trabalhando teoria, prática e experiência de vida.
Segundo a defensora pública Elaine Araújo, os retornos positivos têm sido motivadores. “Os relatos de como o projeto fez diferença na vida dessas recuperandas, que estavam em mudança para o regime aberto, as melhoras nos relacionamentos, o amadurecimento após aprenderem a reconhecerem as próprias emoções, geram confiança no trabalho realizado”.
As recuperandas narraram suas experiências com o curso, os aprendizados e a contribuição que o contato com a defensora pública e a psicóloga proporcionou em suas vidas. “A gente tem recuperação”, afirmou Daiane. “Eu vivia muito no passado e ela me ensinou a perdoar o passado, perdoar o outro”, afirmou Alessandra.
Diante dos resultados satisfatórios, a defensora pública e mediadora da live, Neusa Guilhermina, ressaltou a importância de levar o projeto para outras unidades da Defensoria de Minas. “Todos nós temos certeza da recuperação de vocês, acreditamos na recuperação de vocês e é isso que nos motiva”, frisou. “Sistema prisional só tem um jeito e é aprendendo a consciência emocional”, conclui Elaine Araújo.
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Estagiária Gracieli Rocha, sob supervisão da Ascom