Nesta quarta-feira (3/8), foi realizado o primeiro encontro do módulo V do “Curso de Formação Continuada em Gênero e Raça/Etnia: Uma Perspectiva Interseccional da Defensoria Pública”. O encontro abordou a garantia do acolhimento e atendimento antidiscriminatório às meninas e mulheres que chegam à Defensoria Pública.
Foram facilitadoras a educadora social, professora de dança afro e criadora do projeto “O Corpo em Ação”, Marilda Cordeiro; e a educadora social e dançarina Scheylla Bacellar, uma das fundadoras da Coletiva Mulheres da Quebrada, com o foco no cuidado e no afeto com mulheres do Aglomerado da Serra.
A mediação foi realizada pela coordenadora do Programa Casa das Mulheres, que atende mulheres em situação de violência doméstica, e defensora pública em atuação na comarca de Viçosa, Ana Flávia Soares.
A defensora Ana Flávia iniciou o encontro destacando a importância do curso para discussão sobre vulnerabilidade e para o trabalho de todas e todos da Defensoria Pública, que devem atuar com um olhar individualizado para cada mulher assistida e sua história.
A educadora social Marilda Cordeiro reforçou a necessidade do olhar e da escuta humanitária no momento do atendimento às mulheres lésbicas, negras, entre outras em uma situação de vulnerabilidade. “Mulheres negras, trans e outras já são invisíveis para o sistema, não podem ser invisíveis também para a Defensoria Pública”, afirmou.
Durante sua apresentação, ela exemplificou e questionou pontos essenciais no debate sobre o tema, como a atuação de defensoras e defensores públicos na postura e no atendimento de forma individualizada, bem como o cuidado para não estereotipar o atendimento e a história da mulher que busca a DPMG.
Sheyla Santana falou sobre a importância de se questionar a estrutura da sociedade e, consequentemente, fazer uma reflexão sobre o maior público que acessa à Defensoria Pública atualmente. Além disso, ela reforçou que a rede e a atuação coletiva junto à projetos e coletivos são essenciais para a garantia de um acolhimento antidiscriminatório realizado pela DPMG.
Para a educadora social é necessário o atendimento a partir do olhar, gesto corporal e não apagamento de uma história. “Dizer sobre o lugar da violência é mais violento ainda. E, para isso, torna-se muito importante o acolhimento dessas mulheres”, afirmou.
O evento está disponível no canal da DPMG (c/defensoriamineira). Clique aqui para assistir na íntegra.