Neste ano, 51 casais participaram da cerimônia do Casamento Comunitário de Belo Horizonte. No total, 169 se inscreveram e oficializaram a união. O evento aconteceu nesta quinta-feira (19/5), no Minascentro. A ação da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) permite a legalização da situação civil e a realização do sonho do grande dia: a cerimônia nupcial.
Confira histórias de alguns casais que protagonizaram essa festa da cidadania:
Marcos e Maria, casados pela segunda vez
Marcos Giesbrecht Pereira, 60 anos, e Maria Bernadete, 57, se conhecem há 37 anos. Separam-se num período da vida, reataram e agora se uniram pela segunda vez.
Na época em que se conheceram, ele tinha 21 anos e ela 18. Casaram-se após dois anos de um namoro com muita paixão. Juntos, eles possuem uma longa história de alegrias, desafios e percalços. Com 4 filhos e 5 netos, divorciaram-se e ficaram um tempo separados, mas depois resolveram retomar o relacionamento.
Com a perda recente de um filho, que era casado apenas na igreja, a família presenciou os transtornos da nora viúva ao ter que lidar com os problemas jurídicos da falta de regulamentação. Com esse exemplo dentro da família, Marcos e a sua esposa refletiram sobre a situação do relacionamento e resolveram casar-se novamente no papel, desta vez realmente certos da decisão.
Como passaram por muitas dificuldades financeiras ao longo da pandemia, o casal viu no Casamento Comunitário uma oportunidade de solucionar a falta da oficialização da união. Hoje estão felizes e realizados, desejam seguir caminhando juntos, com a confiança e a cumplicidade conquistada ao longo dos anos. “Nossa paixão agora se transformou em amor”, afirma Marcos, emocionado.
Verônica e Felipe, força-tarefa para participar
Verônica Gomes da Silva, 24 anos, e Felipe Gomes da Silva, 26, se conheceram em uma quadrilha de festa junina do bairro. Felipe conta que ficou encantado por Verônica e começaram a conversar, resultando em um namoro de seis anos. Eles já tinham vontade de se casar há algum tempo, mas sempre alguma dificuldade impedia.
Ao serem alertados pela mãe de um dos noivos sobre a proximidade data final para as inscrições no Casamento Comunitário, o casal correu com a documentação para finalmente realizar esse sonho.
Felipe conta que teve dificuldades para conseguir um dos documentos. Mesmo assim, insistiu contando que era para o Casamento Comunitário, ao que a funcionária do RH da empresa em que trabalha se comoveu e resolveu o problema depois de uma força tarefa junto aos colegas do setor. O casal tem uma filha de três anos e deseja que o casamento seja o começo de uma trajetória de muitas felicidades e realizações.
Letícia e Luciano, inscrição na última hora
Letícia de Paula Marcelino, 22 anos, e Luciano Felipe Magalhães, 38, têm cinco anos de relacionamento e, por já viverem juntos, desde o início do ano planejavam oficializar a união. Para ele, o que aconteceu com ambos foi amor à primeira vista.
Luciano conta que estava indo para o trabalho na manhã de 19 de abril, quando resolveu se sentar em um lugar no ônibus que não era de seu costume, se deparando com o anúncio do Casamento Comunitário. Ao saber que tratava-se do último dia para as inscrições, logo entrou em contato com a noiva. O chefe o liberou do trabalho, a noiva providenciou a documentação e ambos se encaminharam à Defensoria literalmente na última hora do último dia, conseguindo realizar a inscrição. Para eles o casamento veio em ótimo momento.
Diana e Jeremias, amor que supera perda
Diana Grego Alves, 24 anos, Jeremias Reis de Oliveira, 21, mantêm um relacionamento de três anos. Ela contou que se casar sempre foi um desejo do casal, mas empecilhos dificultavam a realização. Neste tempo, o que começou como uma amizade se transformou em amor.
Diana, que já tem um filho de um ano com Jeremias, estava grávida de três meses e passou por um aborto espontâneo no domingo anterior à cerimônia, ficando internada por um dia, e passou por outras dificuldades, mas não desistiu de viver este momento importante em sua vida.
Segundo ela, a alegria de do casamento consumado compensa um pouco a tristeza da perda do filho. Ela conta que tinha um exame de ultrassom agendado para o mesmo horário do casamento. Mesmo diante da dor da perda, o casal pôde participar da cerimônia, reforçando os laços que os une.
Texto de Jéssica Januário e Gracieli Rocha, estagiárias sob supervisão da Ascom.