Na noite desta terça-feira (28/2), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio da Escola Superior (Esdep-MG) e a Câmara de Estudos de Direitos Humanos, da DPMG, realizou o evento online “Mulheres Encarceradas”.
A temática do evento envolve os direitos das mulheres encarceradas, sendo debatidas as questões que as envolvem a partir do documentário “Os lírios não nascem da lei”, dirigido por Fabiana Leite.
A cineasta e documentarista, que palestrou no evento, mostra em sua obra a realidade pouco conhecida das mulheres encarceradas nos presídios de Minas Gerais e das crianças que fazem parte desse universo sem liberdade.
A defensora pública Ana Cláudia Storch, coordenadora da Câmara de Direitos Humanos, da DPMG, foi a mediadora. Também participaram os membros da Câmara, defensor público João Muruci, em atuação na unidade da DPMG em Ribeirão das Neves, e defensora pública Júnia Roman Carvalho, em atuação na Defensoria Especializada em Direitos Humanos, Coletivos e Socioambientais.
Segundo Fabiana Leite, a ideia de fazer o documentário se deu com intuito de compartilhar com a sociedade a experiência das mulheres privadas de liberdade. “É preciso que sensibilizemos as pessoas sobre a realidade do nosso sistema prisional brasileiro”, afirmou a cineasta.
A documentarista explicou que os problemas que o documentário apresenta ainda acontecem atualmente e, por vezes, não são superados. “Nós vivemos pelo contrário, um processo de um crescimento do número de pessoas encarceradas e, sobretudo, quando a gente olha para as mulheres”, lembra Fabiana.
Para a defensora pública Júnia Roman, o documentário traz uma série de realidades, uma retratação de violências sofridas pelas mulheres encarceradas e em vulnerabilidade. “Nós ainda tínhamos em Belo Horizonte uma coisa mais triste, que era a mulher dar à luz algemada. Isso foi uma realidade que espero tenha sido vencida”, exemplifica. Ela também ressaltou a importância em pensar em programas desencarceradores.
João Muruci observou que o documentário mantém a sensibilidade na retratação da realidade. O defensor público lembrou que a questão de gênero é muito marcada, e o quanto a prisão é um instrumento majoritariamente masculino.
Clique aqui para assistir ao documentário e à palestra na íntegra.