A Defensoria Pública de Minas, por meio de sua Escola Superior (Esdep-MG) realizou no sábado, dia 17/9, o segundo ciclo de conversas do seminário “Autismo: Educar para Incluir”.
O objetivo do seminário é promover o diálogo aberto e construtivo sobre as propostas de inclusão escolar de qualidade das crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA), realizadas por representantes de escolas públicas e particulares, famílias, equipe multidisciplinar e sociedade em geral.
O evento teve formato híbrido, realizado presencialmente no auditório da sede da Instituição em Belo Horizonte, com transmissão pelo canal da DPMG no Youtube.
O defensor público Luis Renato Braga Arêas Pinheiro abriu o evento e foi o mediador da mesa de debates. Luis Renato Arêas é coordenador-geral da Rede de Proteção da Pessoa com Deficiência das Instituições do Sistema de Justiça e Instituições Públicas do Estado de Minas Gerais, membro da Comissão Especial do Direito das Pessoas com Deficiência da Associação Nacional das Defensoras e dos Defensores Públicos (Anadep) e gestor do projeto “Inclusão Verde Mundo – Rede em Proteção”, da DPMG.

A diretora do Centro Psicopedagógico de Nova Lima, Ludmilla Soares, enfatizou os desafios relacionados à política de macroeducação do país, somados às rupturas trazidas pela pandemia, que dificultaram muito o avanço do processo de escolarização do estudante do espectro autista.
Ludmila ressaltou ainda a importância da sociabilidade do aluno e aluna autista no sistema escolar “Não temos que acolher somente a família da criança, o acolhimento passa pela inserção do estudante na escola. Tanto quanto as outras crianças, o autista precisa ser feliz neste ambiente, com afetividade”.
A gerente jurídico Educacional do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Débora Oliveira, ressaltou o trabalho de conscientização e orientação realizado pelas escolas privadas, e lembrou ainda a importância da inclusão efetiva. “Não se trata somente de cumprir a lei, mas também de capacitar e orientar os profissionais da educação para o desenvolvimento e acolhimento integral deste aluno”.
A estudante Nicole Oliveira, de 14 anos, está no espectro autista e relatou o fato de suas dificuldades serem invisibilizadas de diferentes formas no ambiente escolar, como a falta de manejo com a sua sensibilidade auditiva, a necessidade de a família apresentar laudos diagnósticos constantes e a comunicação infantilizada dirigida a ela. “A visão e a atenção para o autismo devem ser reforçadas principalmente em casos leves e em mulheres, para que a gente não precise mascarar os comportamentos e as estereotipias”, enfatizou.

Também participaram do evento a defensora pública Luciana Leão Lara Luce, coordenadora da Câmara de Estudos de Métodos Adequados da Solução de Conflitos e Atuação Extrajudicial; a fisioterapeuta e enfermeira Vanessa Lobato Cordeiro Barbalho e Silva; e a coordenadora e terapeuta ocupacional em clínica especializada no transtorno do espectro autista Bárbara Letícia Costa de Moraes.
O evento contou ainda com a participação de pais de alunos com espectro autista que somaram ao debate ao relatarem as suas experiências pessoais no âmbito da inclusão escolar dos seus filhos.

Próximo Encontro
O seminário “Autismo – Educar para Incluir” tem continuidade com mais uma roda de conversa, que será realizada no dia 1º de outubro, também em formato híbrido, presencialmente no auditório da Defensoria Pública de Minas Gerais em Belo Horizonte, com transmissão pelo canal da instituição no Youtube (c/defensoria mineira).
Clique para assistir ao evento na íntegra.
Estagiária Jéssica Januário, sob supervisão da Ascom