DPMG promove formatura da terceira turma do ‘Curso de Formação de Agentes de Justiça Restaurativa do Programa Nós’

Por Cristiane Silva em 6 de setembro de 2024

A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), por meio da sua Escola Superior (Esdep), promoveu na manhã desta sexta-feira (6/9) a formatura da terceira turma do “Curso de Formação de Agentes de Justiça Restaurativa do Programa Nós”. O evento foi realizado na sala de aula da Esdep, na Unidade II da DPMG, em Belo Horizonte.

Destinada a psicólogas e psicólogos, advogadas e advogados, assistente social e auxiliar administrativo, a terceira turma do Programa NÓS contou com 23 formandos.

A mesa de abertura foi composta pela coordenadora da Escola Superior, defensora pública Silvana Lourenço Lobo, representando a defensora pública-geral Raquel Gomes de Sousa da Costa Dias, pela coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes (CEDEDICA), defensora pública Daniele Bellettato Nesrala, pela coordenadora técnica da Diretoria de Relação com os Sistemas de Garantia de Direitos e de Justiça(DRGD), Maria Fernanda, e pela tutora do curso, Ana Terra Ferrari.

Aulas foram realizadas na Escola Superior da DPMG

Experiência rica e engrandecedora

Tutora do programa e advogada especializada em Direito das Famílias, Ana Terra realça o impacto positivo que a turma, composta por servidoras e servidores da assistência social, teve durante o curso. Ela destaca o crescimento pessoal e profissional dos alunos, assim como a importância da Justiça Restaurativa na vida de cada um deles.

“Essa turma foi muito especial, pois era composta por profissionais dedicados da assistência social. Fiquei encantada com o percurso que a turma fez, demonstrando muita entrega e interesse. Tenho certeza de que todos levarão consigo a semente da Justiça Restaurativa e todas as possibilidades que ela oferece. Essa experiência foi extremamente rica e engrandecedora”, comentou.

Silvana Lobo, Ana Terra e Maria Fernanda

Restauração

A assistente social em atuação no Serviço de Proteção à Pessoa com Deficiência na Prefeitura de Belo Horizonte e formanda, Iracema Diniz, compartilha como o curso de Justiça Restaurativa impactou profundamente na sua vida profissional e pessoal. Para ela, o curso não apenas expandiu sua compreensão sobre as possibilidades de restauração das relações interpessoais, mas também reforçou a importância de restaurar as próprias feridas emocionais e seguir em frente, mesmo com as cicatrizes que a vida pode deixar. “Sempre que penso em alguma possibilidade, imagino restaurar, e esse verbo está sempre presente na minha mente”.

Ana Terra, Iracema Diniz, Maria Fernanda e Silvana Lobo

Iracema também compara a abordagem da Justiça Restaurativa com outros cursos que havia feito na área de Criminologia, destacando como essa nova perspectiva oferece uma maneira mais sensata e humana de lidar com conflitos. Ela enfatiza a oportunidade de autoconhecimento proporcionada pelo curso e a chance de revisitar posturas equivocadas do passado. “Todos nós erramos, mas é possível restaurar, voltar atrás e seguir de outra forma, aprendendo muito no processo. Para minha vida pessoal e profissional, foi impossível sair daqui sem mudanças. Valeu muito a pena”, finalizou.

Construção de vínculos

A também formanda Rubiana Moreira, analista de políticas públicas e assistente social na Prefeitura de Belo Horizonte, reflete sobre o impacto do curso de formação de facilitadores e agentes da Justiça Restaurativa em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Ela compartilha como o curso ampliou sua compreensão das possibilidades para trabalhar com o ser humano e promover a restauração das relações interpessoais e da vida. “O curso nos ensina a ajudar as pessoas a seguirem em frente, mesmo com cicatrizes, mas com as feridas devidamente fechadas. Não precisamos manter as feridas abertas e sangrando; temos a chance de trilhar um novo caminho”, disse.

Ana Terra, Rubiana Moreira, Maria Fernanda e Silvana Lobo

Rubiana também enfatiza como a Justiça Restaurativa oferece uma abordagem mais humana e sensata para lidar com conflitos, promovendo a construção de ambientes mais agradáveis e sociáveis. Ela ressalta que, apesar de não haver sempre uma relação de amor ou afeto, a compaixão pode substituir o ódio e possibilitar a restauração das relações. “A Justiça Restaurativa nos permite pensar tanto na vítima quanto no ofensor, trabalhando na reparação do dano. Também nos convida a abordar questões dentro da comunidade, explorando as possibilidades que temos para criar ambientes mais agradáveis, sociáveis e de construção de vínculos, restaurando famílias e todo o ambiente comunitário”.

Mateus Felipe – Jornalista/DPMG.

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