O GLOSSÁRIO ANTIRRACISTA TEM COMO FINALIDADE:
Informar e educar
Oferecer uma base de conhecimento que ajude a entender o impacto das palavras e a maneira como elas podem reforçar preconceitos raciais.
Combater estereótipos
Contribuir para a desconstrução de estigmas que afetam a população negra, com respeito e a valorização da diversidade.
Promover uma cultura inclusiva
Incentivar o uso de uma linguagem antirracista, que respeite a identidade e a dignidade das pessoas negras e de outras minorias.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Antes do Glossário Antirracista, apresentamos alguns conceitos que podem contribuir para o combate aos estereótipos raciais e para a promoção de uma compreensão mais equilibrada sobre as questões de raça.
Clique em cada conceito para se informar:
É o processo de aprendizado e desenvolvimento de uma compreensão crítica sobre as questões raciais e os impactos do racismo nas estruturas sociais e nas experiências pessoais. Envolve a capacidade de reconhecer, refletir e agir contra práticas e discursos discriminatórios, promovendo o respeito e a valorização da diversidade racial. O letramento racial incentiva a adoção de atitudes e linguagens que combatam estereótipos, desfaçam preconceitos e favoreçam a equidade, capacitando as pessoas a contribuírem para uma sociedade mais justa e inclusiva.
Refere-se à forma como o racismo está presente em todas as estruturas da sociedade, como na educação, saúde, mercado de trabalho, sistema judiciário e mídia. Não é apenas um ato isolado de discriminação, mas um conjunto de práticas e atitudes que mantém a desigualdade racial.
O conceito de Racismo Recreativo, criado pelo jurista Adilson Moreira, descreve a forma de discriminação racial disfarçada de piadas ou brincadeiras, comuns no Brasil, especialmente nas culturas e artes. Embora pareça inofensivo, esse tipo de racismo reforça estereótipos negativos sobre pessoas negras.
A negritude propõe uma reflexão sobre as características e experiências compartilhadas pelos negros, ressaltando a importância de se reconhecer a cultura e história africanas como elementos centrais da identidade negra, em oposição às imposições da cultura colonial europeia. A ideia de negritude envolve o orgulho de ser negro, o resgate da ancestralidade africana e a valorização da contribuição negra para a sociedade.
Existe uma diferença entre o conceito do Movimento da Negritude, iniciado em 1920.
É o uso de elementos de uma cultura minoritária por pessoas de uma cultura dominante, sem o devido respeito ao contexto histórico e social. No caso do racismo, a apropriação cultural muitas vezes envolve a exploração de tradições e estilos de vida de povos indígenas ou negros sem considerar seu significado original.
Refere-se à discriminação que ocorre de maneira sistemática dentro de instituições, como escolas, empresas, hospitais e outros sistemas, onde políticas e práticas não intencionais perpetuam desigualdades raciais.
Refere-se à discriminação contra religiões de matriz africana, enraizada no racismo estrutural, manifestada por violência, estigmatização e desvalorização de símbolos e práticas espirituais. Ele viola direitos humanos e perpetua desigualdades. Combater o racismo religioso exige educação, denúncia de intolerância, uso de linguagem respeitosa, valorização das culturas africanas e promoção do diálogo inter-religioso.
Termo que se refere à condição de ser branco na sociedade, mas não de forma isolada. Envolve o entendimento do privilégio branco, ou seja, a vantagem sistêmica que pessoas brancas têm em comparação com pessoas negras ou de outras etnias, com base em uma história de colonização e escravização.
São comentários ou atitudes sutis, muitas vezes involuntárias, que expressam preconceito ou discriminação. Elas podem ocorrer no cotidiano e, mesmo que não sejam explícitas, contribuem para a marginalização e desvalorização das pessoas racializadas.
Refere-se à discriminação baseada no tom de pele, especialmente dentro das próprias comunidades racializadas. No Brasil, por exemplo, pessoas negras de pele mais clara podem ser privilegiadas em relação às de pele mais escura, perpetuando a hierarquia racial.
GLOSSÁRIO ANTIRRACISTA
É importante estar atento ao uso de expressões no contexto social e cultural em que estão inseridas, pois algumas palavras ou frases podem ter origens ou conotações históricas que podem ser ofensivas.
O termo associa a cor preta a algo ruim, difícil ou perigoso, reforçando a ideia negativa da cor preta. Isso cria uma visão de inferioridade em relação ao povo negro.
Alternativa de uso: “A coisa está perigosa naquela região”.
A expressão pode trazer um caráter pejorativo quando pensamos práticas violentas de escravização de A expressão pode carregar um caráter pejorativo quando se considera o contexto histórico da escravização de negros, em que o “pau” era usado como instrumento de violência para castigar e oprimir as pessoas, especialmente em situações de trabalho forçado e punições físicas.
Alternativa de uso: Utilize expressões como “fazer com força”, “fazer com energia” ou “fazer com dedicação”, que mantêm a ideia de intensidade
A expressão “exótica” é frequentemente usada quando uma pessoa negra não corresponde às expectativas de aparência estabelecidas por padrões de beleza eurocêntricos. Nesse contexto, a beleza negra é vista como algo fora do comum, uma “anomalia”, já que o ideal de beleza é associado à brancura. Quando pessoas negras são consideradas bonitas, muitas vezes são tratadas como “exóticas”.
Alternativa de uso: “Você é um belo exemplo de beleza negra”.
O termo popularmente usado para se referir a cabelos crespos é um exemplo de racismo recreativo*, comum em escolas. Embora não mencione cor, implicitamente associa cabelo “ruim” a cabelos crespos e cacheados, reforçando estereótipos negativos sobre características associadas à raça negra.
Alternativa de uso: “Aquela moça tem cabelo crespo”.
A expressão é considerada racista porque surgiu com a prática de incitar violência simbólica e física contra as religiões de matriz africana. O termo ‘macumba’ foi utilizado historicamente para estigmatizar essas práticas espirituais, reforçando preconceitos.
Alternativa de uso: Ao invés dessa expressão, podemos usar frases como “não se importa com isso” ou “pra longe de mim”.
No contexto escolar, especialmente na Educação Infantil, a ideia de que existe uma única “cor de pele” para representar todos os tons é uma forma de impor uma visão de branquitude. Tradicionalmente, essa “cor de pele” era representada por um tom rosado claro, excluindo a diversidade de cores reais. Ressignificar esse conceito é essencial para promover uma educação inclusiva e valorizar a diversidade étnico-racial, além de contribuir para uma autoestima positiva em crianças negras, indígenas e asiáticas.
Alternativa de uso: “Lápis cor-de-rosa claro” ou “Giz de cera da cor marrom claro”.
Embora o termo “criado-mudo” não tenha a palavra “negro” ou qualquer referência explícita à etnia, ele carrega consigo a memória histórica de um tempo em que a escravidão era institucionalizada e as pessoas negras eram tratadas como objetos e propriedade. A origem da expressão está no período da escravidão, quando os escravizados eram forçados a desempenhar tarefas domésticas, ficando disponiveis para servir de forma silenciosa e submissa, sem falar ou interagir de forma ativa, sendo “mudo”.
Alternativa de uso: Utilize “mesa de cabeceira”, termo que se refere ao móvel ao lado da cama, sem qualquer vínculo histórico com estigmatizações ou preconceitos.
Com o tempo, “crioulo” passou a ser usado de forma pejorativa e desumanizante, especialmente em contextos racistas, para inferiorizar e desvalorizar pessoas negras. Essa palavra carregava um sentido de inferioridade e desprezo, sendo associada a estereótipos raciais negativos.
Alternativa de uso: Ao se referir a indivíduos ou comunidades, usar termos respeitosos como pessoa negra, afrodescendente ou comunidade negra é adequado e livre de conotações negativas.
O termo carrega um estigma racial por suas associações culturais e históricas com preconceitos raciais e de gênero. Esse termo reforça estereótipos que desumanizam pessoas negras, associando-as a características negativas e hipersexualizadas.
A novela Da Cor do Pecado, exibida em 2004, popularizou o termo, reforçando a hipersexualização e estereótipos relacionados às mulheres negras, especialmente em relacionamentos interraciais. Essa expressão é considerada uma forma de microagressão racial.
Alternativa de uso: Não existem alternativas neutras ou adequadas de uso.
O termo associa cor à moralidade, sugerindo que “escurecer” algo claro ou puro é negativo. Influenciada pela cultura europeia, essa visão conecta a brancura a pureza e bondade, enquanto a escuridão é associada a algo ruim ou impuro, reforçando estereótipos negativos sobre a cor negra.
Alternativa de uso: “Você está manchando a minha imagem!”.
A expressão tem várias explicações, como referência ao uniforme da marinha ou à nota de mil cruzeiros com a imagem do Barão do Rio Branco. Ela indica um dia de trabalho ou de ganhar dinheiro, mas ignora o histórico de trabalho forçado de pessoas negras e a precariedade das funções exercidas pela população trabalhadora negra no Brasil. Implicitamente, reforça a ideia de que “dia de preto” está associado a trabalho mal remunerado e exploratório.
Alternativa de uso: “É dia de trabalho”.
O termo tem raízes históricas na escravidão, quando mulheres negras eram forçadas a trabalhar nas casas das famílias brancas, sendo tratadas de forma desumanizada. Ele carrega uma carga de subordinação e reforça estereótipos negativos sobre o trabalho dessas mulheres.
Alternativa de uso: Em vez de “doméstica”, é preferível utilizar expressões como “trabalhadora do lar” ou “funcionária”, que respeitam o trabalho e valorizam as profissionais.
O termo, usado para falar de situações difíceis, relaciona cabelo crespo com algo complicado ou ruim. Essa expressão popular reforça uma visão negativa do cabelo de pessoas negras. É uma expressão popular, portanto possui uma origem etimológica diferente do sentido que lhe foi empregado.
Alternativa de uso: “A coisa ficou difícil por aqui”.
O termo “escravo” vem do latim sclavus, ligado aos eslavos, povo escravizado na Idade Média. No Brasil, porém, passou a ser associado à condição das pessoas africanas e seus descendentes, de forma incorreta. O termo “escravizado” é mais apropriado, pois indica que alguém foi colocado nessa condição, ao contrário de “escravo”, que sugere uma condição inata. Essa mudança de linguagem ajuda a combater a ideia de que a escravidão é algo natural e associado apenas às pessoas negras.
Alternativa de uso: “Ela foi escravizada”.
É usada para se referir a tecidos ou padrões que fogem aos modelos europeus. A expressão reforça noções de que o europeu não possui em seu território diferentes etnias e que racializados são todos os povos não brancos do mundo, produzindo assim uma visão exótica sobre essas culturas e suas produções.
Alternativa de uso: “Esse tecido é de estampa africana”.
No Brasil, o termo “humor negro” adquiriu um significado que reforça estereótipos racistas, ao associar o termo “negro” a algo negativo ou impopular. Embora tenha surgido em outro contexto, o colonialismo e o racismo no país adaptaram o termo para se referir a um humor que lida com temas delicados e sensíveis, perpetuando a ideia de que “negro” tem uma conotação ruim.
Alternativa de uso: “Humor ácido”.
O termo “índio” é uma generalização racista que foi amplamente utilizado no Brasil, sem considerar as especificidades de cada povo indígena. Ele reforça uma visão única e homogênea dos povos originários, ignorando sua diversidade cultural, linguística e histórica. Já o termo “indígena” é mais preciso e respeitoso, pois se refere aos povos nativos de uma determinada região, reconhecendo a singularidade de cada grupo e sua relação única com o território.
Alternativa de uso: “Aquele indígena nos visitou hoje”.
O termo se baseia na ideia de que a brancura suaviza algo, sugerindo que “inveja branca” é menos danosa do que a inveja comum, implicando que a inveja “negra” é pior. Embora pareça sutil, essa linguagem reforça estereótipos raciais, naturalizando a associação de características negativas à negritude.
Alternativa de uso: “Senti até uma inveja boa dele!”.
O termo “judiar”, usado para significar maltratar ou torturar, tem origens com conotações racistas e antissemitas. Alguns acreditam que o termo associa o povo judeu ao sofrimento e à tortura, enquanto outros veem a expressão como vinculada à ideia de “sofrer como um judeu”. Evitar seu uso é uma forma de demonstrar respeito e empatia.
Alternativa de uso: “Não precisa maltratar ela assim!”
O termo “lista negra” foi originalmente usado para designar listas de perseguidos políticos, especialmente opositores de governos capitalistas. Embora sua origem não seja racial, ele reforça a ideia de que “negro” tem uma conotação negativa, como em expressões similares.
Alternativa de uso: “Você está na minha lista de inimigos”.
A expressão é associada a rituais ou práticas religiosas socialmente rejeitadas Concentra dupla discriminação: a associação da palavra “negra” a coisas a serem evitadas e traz a ideia de que manifestações religiosas negras são ruins.
Alternativa de uso: Substitua por “rituais proibidos”, “práticas inadequadas”
O termo “mercado negro” fala sobre atividades ilegais, reforçando a associação do termo “negro” com conotações negativas, como ilegalidade. Assim como o termo Lista Negra, embora sua origem não seja racial, seu uso inconsciente perpetua estereótipos que associam a negritude ao crime e à marginalidade.
Alternativa de uso: “Estavam falando sobre o mercado ilegal de produtos”.
A palavra “morena” é historicamente usada no Brasil e em outros países para suavizar ou disfarçar a referência a traços físicos e à ancestralidade africana. Esse uso reflete um contexto social em que a negritude foi, e em muitos casos ainda é, vista como algo negativo ou indesejável. Assim, chamar uma pessoa negra de “morena” ou “mulata” pode ser uma forma de negar ou desvalorizar sua identidade racial.
Alternativa de uso: O ideal é perguntar e respeitar como a própria pessoa prefere ser identificada, seja como negra, parda, ou afrodescendente. A autodefinição é importante para reconhecer e valorizar a identidade e a diversidade de origens e vivências.
O termo “mulato” era usado no Brasil colonial para se referir a pessoas mestiças de pele clara, descendentes de senhores de engenho e mulheres escravizadas. A palavra vem de um termo espanhol para o cruzamento de animais de “raça pura” com “raça inferior”, refletindo uma visão desumanizadora. Esses termos fragmentavam a população negra para dificultar a organização política e fortalecer a dominação.
Alternativa de uso: “Eu me identifico como um homem pardo!” ou “A senhora negra sentada ali”.
Esse termo popular no Brasil carrega violência de gênero e racial. Ele remonta à sociedade colonial, onde senhores de engenho possuíam mulheres escravizadas, especialmente negras, tratadas como propriedade. O uso do pronome possessivo “tua” reforça essa ideia de posse e desvalorização, associando o tratamento dispensado às mulheres negras à condição de “segunda classe” e perpetuando estereótipos do período escravocrata.
Alternativa de uso: “Não sou qualquer uma/qualquer um!”.
Historicamente essa palavra tem sido usada em contextos pejorativos e desumanizadores para se referir a grupos de pessoas negras de forma desrespeitosa e generalizadora. Em muitos casos, a palavra foi empregada para reforçar estereótipos e manter estruturas de discriminação, especialmente em períodos de escravidão e após a abolição, associando negativamente as pessoas negras a conceitos de massa indistinta e sem individualidade.
Alternativa de uso: Para se referir a um grupo de pessoas negras de maneira respeitosa e sem estigmas, é melhor usar expressões como comunidade negra, população negra, ou pessoas negras.
As expressões “neguinha” e “neguinho” podem ser consideradas racistas porque, embora pareçam carinhosas ou informais, elas têm um histórico de uso pejorativo e conotação inferiorizante quando se referem a pessoas negras. Essas palavras podem ser vistas como uma forma de diminuição, infantilização e objetificação da pessoa negra, tratando-a como alguém submisso ou inferior, o que reforça estereótipos raciais prejudiciais.
Alternativa de uso: Nunca use “neguinha” ou “neguinho” a menos que você tenha uma relação de proximidade e consentimento da pessoa. Sempre prefira chamá-la pelo nome ou utilizar termos respeitosos como “pessoa negra” ou “negro”.
A expressão tem origem em línguas africanas, especificamente do quimbundo, uma das línguas de Angola, onde inhaka ou nhaca significava “cheiro forte” ou “suor”. Essa palavra foi incorporada ao português e passou a ser usada de maneira pejorativa, associada ao “mau cheiro” ou “sujeira” para se referir aos africanos e, mais tarde, aos afro-brasileiros, reforçando estereótipos racistas.
Alternativa de uso: Use cheiro ruim, odor forte ou sujeira para descrever algo de forma neutra.
Remete aos castigos sofridos por pessoas escravizadas. Tornando-se uma expressão popular no Brasil, mostrando pouca sensibilidade ao passado da escravidão e ao respeito pelas pessoas negras.
Alternativa de uso: “O bicho está pegando”.
“Ovelha negra” é um termo que em solo brasileiro foi contextualizado para que a cor escura, sobretudo quando parte de características físicas, representa negatividade, enquanto o branco representa pureza e coisas boas.
Alternativa de uso: Não existe alternativa neutras ou adequadas de uso.
A expressão é considerada racista porque sugere que a negritude é algo negativo ou inferior, e que a “alma branca” representa algo superior ou mais desejável. Ao usar essa expressão, há uma tentativa de dissociar a identidade racial da pessoa negra de sua cor, implicando que ela só seria “boa” ou “aceitável” se tivesse características associadas à cultura e valores dos brancos. Essa visão reforça estereótipos racistas e desvaloriza a identidade negra.
Alternativa de uso: Em vez de usar essa expressão, é importante reconhecer e valorizar a identidade racial e cultural de cada pessoa sem associar sua cor de pele ou origem a um conceito de “superioridade” ou “inferioridade”.
O termo “programa de índio” é uma expressão pejorativa utilizada para se referir a algo que é considerado de má qualidade, insuficiente ou malfeito. A origem da expressão remonta ao período colonial, quando os povos indígenas eram estigmatizados e frequentemente vistos de maneira inferior pela sociedade dominante.
Alternativa de uso: “Não quero ir naquela palestra chata”.
O termo é usado para associar a população negra a trabalhos braçais ou de subserviência, além de vincular a ideia de trabalho malfeito ao povo negro. Apesar dos séculos de trabalho forçado que impulsionaram a economia e enriqueceram as metrópoles, essa expressão perpetua um preconceito que inferioriza a população negra, relacionando-a a funções subalternas e desvalorizadas.
Alternativa de uso: Não existe alternativa de uso.
Uma forma comum de tentar demonstrar que uma pessoa não é racista, mas que, na realidade, pode reforçar estereótipos e a discriminação racial. Ela implica que a amizade com uma pessoa negra é algo excepcional ou digno de menção, o que, por si só, é problemático, pois minimiza as relações humanas ao reduzi-las a uma questão racial.
Alternativa de uso: Não existe alternativa de uso.
A expressão é uma comparação inadequada que relaciona a experiência de trabalho árduo com a condição das pessoas escravizadas. Ela busca expressar que alguém trabalhou de forma intensa ou extenuante, mas usa de maneira errada a ideia de escravidão, minimizando o sofrimento real vivido pelas pessoas que foram forçadas ao trabalho sem liberdade.
Alternativa de uso: “Trabalhei muito hoje”.
A palavra pode ser considerada racista quando usada de forma generalizada para se referir a grupos indígenas ou africanos, pois historicamente foi empregada de maneira redutora e estereotipada, associando essas culturas a um estado primitivo e inferior. Esse uso apaga a complexidade e a diversidade dessas sociedades.
Alternativa: Em vez de “tribo”, é mais respeitoso usar os nomes específicos de cada grupo, como Yorubá, Guarani ou Yanomami, reconhecendo a pluralidade e a riqueza cultural de cada povo.
O termo se refere a pessoas negras de pele clara, ou “pardas” segundo o IBGE, que possuem ascendência negra. No Brasil, marcado pela miscigenação promovida como política de embranquecimento, muitos termos foram criados para diminuir a identificação das pessoas negras com sua ancestralidade. Expressões como “pé na cozinha” remetem ao período colonial, associando pessoas negras ao trabalho subserviente e reforçando a exclusão social. Essas expressões evocam espaços de dor e violência, como a senzala e a cozinha, onde pessoas escravizadas eram confinadas e vigiadas, perpetuando estigmas da escravidão.
Alternativa de uso: “Você tem ascendência negra”.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Editora Jandaira, 2020.
BIGON, João Marcos. Glossário antirracista, 2024. Disponível em: https://novaescola.com.br. Acesso em: 28 out. 2024.
DEFENSORIA PÚBLICA DE MINAS GERAIS. Por uma defensoria antirracista. Disponível em: https://defensora.mg.def.br. Acesso em: 28 out. 2024.
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
TOURINHO, Francis Solange Vieira. Tire o racismo do vocabulário: glossário de palavras racistas e suas substituições, 2022. Disponível em: https://pedagogia.paginas.ufsc.br/files/2022/11/glossa%CC%81rio-palavrasracistas-Livreto.pdf. Acesso em: 04 nov. 2024.
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