Defensoria Pública de Minas Gerais celebra a cidadania e a inclusão com a primeira formatura do Projeto Oportunidade

Por Assessoria de Comunicação em 6 de fevereiro de 2023

Prontas para o mercado! Mulheres assistidas pela Defensoria Pública de Minas Gerais no Projeto Oportunidade celebram a formatura ao lado de defensoras e defensores públicos, parceiros, apoiadores e familiares. Orgulho pela conquista e das novas possibilidades no mercado de trabalho – Fotos: Claudinei Souza/DPMG

A Defensoria Pública de Minas realizou na sexta-feira, 3 de fevereiro, a primeira formatura do Projeto Oportunidade. Numa grande festa promovida no auditório da Unidade I em Belo Horizonte, no Barro Preto, a cerimônia consolidou a capacitação de 90 mulheres assistidas pela Instituição.

Realizada em parceria com o Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais (CORI-MG) e apoio da Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC Minas) e da Cooperativa de Crédito Sicoob CoopJus, a iniciativa inédita ofereceu às mulheres acolhidas e indicadas por defensoras e defensores públicos a oportunidade de participação – de maneira gratuita –  em cursos de capacitação oferecidos em sete modalidades profissionalizantes: bolos e delícias, costura, escovista iniciante, massagem relaxante, maquiagem, designer de sobrancelhas e salgados.

Bastante prestigiada, a cerimônia realizada em um auditório completamente lotado reuniu representantes do Ministério Público de Minas Gerais, da Subsecretaria de Estado do Trabalho e Emprego, de membros da Assembleia Legislativa de Minas, da Câmara Municipal de Belo Horizonte, do Sindicato da Indústria da Construção Civil e de membros da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados (FBAC), entre outras convidadas e convidados. O governador Romeu Zema gravou um depoimento felicitando as formandas.

Participação do governador Romeu Zema, que em seu pronunciamento destacou a valorização da conquista alcançada pelas formandas e o estímulo a iniciativas desenvolvidas por meio do Projeto Oportunidade         

Para as participantes e seus familiares, uma cerimônia marcada por muita emoção e honra. Nas palavras de Romeu Zema, acolhimento e incentivo às novas profissionais. “Parabenizo a todas vocês, formandas! Iniciativas como essa contribuem para que essas mulheres consigam a sonhada emancipação financeira. Acredito que ter um emprego vai muito além de possuir recursos financeiros, significa, principalmente, ter de volta a sua dignidade”, destacou o chefe do Executivo estadual.

Pensar ‘fora da caixa’

A defensora pública-geral Raquel da Costa Dias: “Mulheres vulnerabilizadas exigem das instituições públicas ações efetivas que ataquem, diretamente, a raiz do problema”

A defensora pública-geral de Minas Gerais, Raquel da Costa Dias, acompanhada do subdefensor-geral Nikolas Katopodis e demais colegas da Defensoria Pública e autoridades, destacou, inicialmente, a composição da mesa nesta que foi uma formatura voltada inicialmente às mulheres assistidas. “Queria falar primeiro da composição da mesa, eu que ando em tantos eventos posso dizer que uma mesa tão feminina só acontece na Defensoria Pública de Minas Gerais. Nós somos a Instituição da inclusão, do diálogo e de histórico de liderança feminina. Sou a quarta mulher a chefiar a Instituição, é possível sim sermos líderes e mulheres com tantos outros afazeres que temos”, ponderou a DPG.

Sobre a mobilização da Defensoria de Minas na criação do Projeto Oportunidade, Raquel da Costa Dias agradeceu a gestora do Projeto, defensora pública Juliana Bastone, e a Coordenadora de Projetos, Convênios e Parcerias (CooProc) e gerente do Projeto Oportunidade, defensora pública Michelle Mascarenhas Glaeser.

A defensora-geral chamou a atenção quanto à necessidade de as instituições públicas pensarem “fora da caixa” e, por meio de parcerias, focarem esforços na busca de alternativas que, de fato, possam trazer mudanças no contexto de vida pessoal e profissional das pessoas vulnerabilizadas na sociedade.

“A gente percebeu o quanto estávamos enxugando gelo. Muitas mulheres em situação de vulnerabilidade social, mas também em situação de extrema violência física ou psicológica não conseguiam sair daquela situação, pois não tinham uma independência financeira. Era preciso, então, trabalhar na raiz do problema, mas não conseguiríamos sozinhos. Com parcerias, conseguimos tornar isso realidade. Queremos, enquanto Instituição Pública, cuidar de vocês, no sentido maior da palavra. Não só garantir o acesso à justiça, mas garantir que seja possível a reconstrução de uma vida e uma nova possiblidade crescimento, pessoal, emocional e outras frentes”, finalizou Raquel da Costa Dias.

Cerimônia prestigiada (da esquerda para a direita): Patrícia Habkouk, coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica, representando o Ministério Público de Minas Gerais; defensora pública Michelle Lopes Mascarenhas Glaeser, coordenadora de Projetos, Convênios e Parcerias (CooProc) da Defensoria; defensora pública Silvana Lobo, diretora da Escola Superior da Defensoria Pública de Minas Gerais (ESDEP); Cristiane Amaral Serpa, diretora regional interina do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC-MG; subdefensor público-geral Nikolas Stefany Macedo Katopodis; defensora pública-geral Raquel da Costa Dias; defensora pública auxiliar da Corregedoria-Geral, Marina Buck Carvalho Sampaio, representando o corregedor-geral Galeno Gomes Siqueira; subsecretário de Estado de Trabalho e Emprego, Raphael Vasconcelos Amaral Rodrigues; defensora pública Juliana de Carvalho Bastone, idealizadora do Projeto Oportunidade; presidente do Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais- CORI-MG, Ana Cristina de Souza Maia; e diretora-geral da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados – FBAC,Tatiana Faria

Parcerias

Inspiração que serviu como estímulo nos discursos daqueles que investiram e apoiaram a causa. Principal parceira na iniciativa, a presidente do Conselho Registral Imobiliário de Minas Gerais (CORI-MG), Ana Cristina Souza Maia destacou a alegria de participar da celebração de formatura das assistidas e numa perspectiva de futuro e de continuidade do projeto, tendo como princípio um dos pilares da Defensoria: a inclusão social. “Sinceramente espero que, em um futuro breve, estejam também presentes pessoas de todas identidades”, reiterou a presidente do CORI-MG.  

Apoiador do projeto e responsável pelos cursos ministrados às 90 formandas entre outubro de 2022 e janeiro deste ano, o SENAC-MG se fez representado na cerimônia de formatura por professoras e gestoras, bem como pela especialista técnica de Relações, Ana Roberta da Cruz, e pela diretora regional interina, Cristiane Amaral Serpa. Otimista e feliz com o resultado alcançado pelo trabalho, a diretora do SENAC-MG fez questão de destacar o projeto já projetando para ele um futuro promissor.

“O SENAC-MG se coloca à disposição para que a gente continue ampliando essa oportunidade à outras mulheres. Nesse sentido venho parabenizar e abrir as portas para aquelas que queiram iniciar e desenvolver sua carreira. Temos muitos cursos gratuitos que fazem parte da nossa função social. E o objetivo é que vocês possam contar com essa casa e também seus parceiros. Parabéns pelo empenho e dedicação, e que essa iniciativa traga muitos frutos para fortalecer os caminhos de muitas mulheres”, ressaltou Cristiane Serpa.

Escolhida para a ser a oradora em nome de todas as formandas, Nicoly Campos – que fez o curso de Designer de Sobrancelha e já está trabalhando na área – agradeceu a Defensoria de Minas e os parceiros e apoiadores. Como mulher trans, Nicoly sustentou seu discurso usando a própria palavra: oportunidade. “Se tem uma coisa que todas as pessoas – sem qualquer distinção – precisam na vida é de uma oportunidade. Por meio dela que temos a chance de fazer, de construir algo de bom. Hoje, agradeço – em nome de todas as formandas – por estarmos aqui”, ressaltou.               

Em outro momento marcante, um vídeo produzido pela assessoria de comunicação da Defensoria reuniu depoimentos emocionantes das formandas que enalteciam a iniciativa e destacavam com os cursos uma nova perspectiva de futuro.

A defensora púbica Juliana de Carvalho Bastone, idealizadora do Projeto Oportunidade, durante discurso: a Defensoria Pública
como grande instrumento de inclusão social do sistema de Justiça, e a educação como o mais democrático de todos os caminhos para transformação social

E diante dos relatos, não faltou inspiração para o discurso da gestora do projeto, defensora pública Juliana de Carvalho Bastone. “O Projeto Oportunidade surgiu da união de duas grandes paixões pessoais: a Defensoria Pública e a docência. A Defensoria Pública, por ser um grande instrumento de inclusão social do sistema de Justiça. A educação como o mais democrático de todos os caminhos para transformação social. Proporcionar educação e qualificação profissional de qualidade é um ato de respeito”, definiu.

Unir forças foi mesmo fundamental para que a ideia fosse levada adiante. O trabalho realizado em parceria para apontar novos caminhos contou com o apoio da Cooperativa de Crédito Sicoob CoopJus, que doou os aventais do Projeto; da Coca-cola, responsável pela doação de sucos oferecidos às formandas nos intervalos das aulas, além da parceria estabelecida com a empresa Arte e Tudo Canudos, que – além de personalizar a formatura – trouxe para o evento um simbolismo de conquista que boa parte das formandas jamais havia experimentado ao longo da vida: a de ter o nome chamado e, abraçadas pelas autoridades, receber – além do “canudo”, um kit profissional específico para cada curso como forma de incentivo para quem está começando um novo ofício. Um mimo oferecido pelo CORI-MG.

Pausa para foto oficial: formandas registraram o momento de celebração. Nas mãos, além do tradicional canudo,
um kit-profissional oferecido pelo CORI-MG como forma de estímulo à pratica do novo ofício     

‘O primeiro passo para voar’                      

Boas histórias que giram em torno de uma iniciativa promissora. Sobretudo, pelos relatos que, pouco depois de concluída a cerimônia de formatura, revelam nas palavras das formanda a importância de um projeto, de uma oportunidade. 

“Foi uma cerimônia linda. Jamais vou me esquecer deste dia. Essa formatura marcou a história da minha vida”, disse Rosineide de Jesus Rocha, que fez o curso de Salgados. “Foi ótimo participar do curso. Com esse empreendimento eu consegui montar o meu próprio negócio. Participar desta cerimônia foi muito gratificante. Amei. Fiquei bastante emocionada. Quem não ficou, não é? Ainda mais sabendo que a pessoa faz um curso desse nível e consegue gerar clientes para mim isso foi importante demais”, comemorou ela.

Relatos espontâneos de mulheres contempladas pelo Projeto Oportunidade que se somam a tantos outros. “Participar desta cerimônia de formatura trouxe muita alegria ao meu coração. Estar ali, ao lado de pessoas destacadas na sociedade, que eu nunca imaginei ser possível, foi algo especial. Momento que me deixou muito feliz. Agora é uma nova etapa. É o primeiro degrau, o primeiro passo para voar”, disse Sara Calisto de Souza Lopes, que fez o curso de Massagem Relaxante.

“Foi ótimo participar da formatura. Ele representa uma mudança completa na minha vida. Ter todo esse reconhecimento demonstrado neste evento foi de grande importância. Ajuda a gente a entender que nós podemos fazer mais, ir além. O curso veio logo depois que fiz a minha retificação de sexo aqui na Defensoria. E como mulher trans, ter essa visibilidade e esse orgulho de conquista é magnífico, destacou a formanda do curso de Designer de Sobrancelha, Afrodite Gabrielly Oliveira Santos.          

“Fiz os cursos de Escovista Iniciante, Designer de Sobrancelhas e Massagem Relaxante. Concluí-los com essa formatura foi magnífico. E me ajudou a sair da depressão. Eles mudaram minha vida. Realizei sonhos que não tinha nenhuma condição de realizar pela falta de condição financeira. Hoje, ir lá na frente receber um canudo, um kit-profissional e ainda ser abraçada pelas pessoas, foi algo muito especial. Me faltam palavras para definir que o que vivi aqui nesta formatura. Muito grata. Daqui em diante é deixar o avião subir”, disse aformanda Stéphanie Valéria Cardoso. 

Ao final do evento, defensoras e defensores públicos uniram esforços e ofereceram às formandas e demais participantes do encontro um singelo coquetel de confraternização.

  

 

Clique aqui para ler mais sobre o Projeto Oportunidade.    

Jacques Leal – Jornalista/DPMG  

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