Defensoria Pública e Arquidiocese de Belo Horizonte celebram “Dia Mundial dos Pobres” com ação social e mais de 200 atendimentos

Por Assessoria de Comunicação em 25 de novembro de 2022

Defensoras e defensores públicos prestaram atendimento e orientações às assistidas e assistidos – Fotos: Marcelo Sant’Anna/DPMG

A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), em parceria com o Vicariato Episcopal para a Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte e inspirada pelo “Dia Mundial dos Pobres”, realizou nesta sexta-feira (25/11), no espaço anexo do Santuário Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, o “VI Dia Mundial dos Pobres – Mutirão de orientação jurídica e ações psicossociais para o acesso à cidadania”.

A iniciativa é voltada para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica em Belo Horizonte. Foram realizados 206 atendimentos, com orientações jurídicas e acolhimento psicossocial, e oferecidos café da manhã, almoço, corte de cabelo, serviços de manicure e pedicure, distribuição de roupas, calçados, alimentos, produtos de higiene pessoal e atividades de entretenimento, além de momento espiritual.

Pela Defensoria Pública de Minas Gerais, a organização do evento ficou a cargo da Coordenadoria de Projetos, Convênios e Parcerias (CooProC). Os atendimentos jurídicos foram prestados pelas defensoras públicas Anna Paula Duarte, Júnia Roman Carvalho, Marolinta Dutra, Dayanne Mendes, e pelos defensores públicos Richarles Rios e Giovanni Manzo.

Subdefensor público-geral Nikolas Katopodis ressaltou o papel das instituições no combate à desigualdade social

O subdefensor público-geral de Minas Gerais, Nikolas Stefany Macedo Katopodis, que fez um pronunciamento ao público assistido na abertura do evento, falou da importância da união de esforços para a realização da ação. Para ele, não há como existir direitos humanos sem a dignidade da pessoa humana. E não tem como haver dignidade da pessoa humana na pobreza. “A erradicação da pobreza, que é um dos objetivos do Estado brasileiro, tem que ser perseguido por todos nós”, enfatizou o subdefensor-geral.

Nikolas Katopodis afirmou que os esforços precisam ser grandes e que a cada edição do Dia Mundial dos Pobres é perceptível o fato de o trabalho conjunto conseguir chegar até essas pessoas, cuja missão é levar dignidade a cada uma e a cada um que precisa. “O dia é um convite à reflexão, um convite a uma percepção de que a realidade está entre nós. Não só eu parar no sinal  e ver alguém em situação de vulnerabilidade social, eu preciso reagir a isso, eu preciso tomar uma ação. O dia simboliza essa ação”, completou.

A abertura contou ainda com orações e palavras às assistidas e assistidos proferidas pelos padres Roberto Rubens da Silva, Pároco, reitor do Santuário Nossa Senhora da Conceição dos Pobres; e pelo padre Júlio César Gonçalves Amaral, vigário episcopal para a Ação Social da Arquidiocese de Belo Horizonte. Também estiveram presentes, pela DPMG, o corregedor-geral, defensor público Galeno Siqueira, o defensor público auxiliar do Gabinete-Geral, Adhemar Della Torre Neto, e o presidente da Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos de Minas Gerais (ADEP-MG), Fernando Martelleto.

De assistido a voluntário. Esta foi a maneira que o ator, arte-educador e educador social William de Oliveira Santos, um dos participantes voluntários do evento, encontrou para agradecer a tudo que recebeu da Pastoral. Em 2018, quando saiu de casa devido a conflitos familiares, esteve em situação de rua, quando conheceu a Pastoral e passou a frequentá-la como atendido.

Por meio de um movimento social, do qual atualmente integra a equipe de coordenação, Santos conseguiu moradia, voltou a estudar e se instruir e continuou frequentando a Pastoral, desta vez para ajudar. Desde sua formação, começou a trabalhar com a população de rua no meio artístico.

Ele afirma que busca retribuir o que recebeu. O evento o emociona, porque o faz lembrar as dificuldades em viver nas ruas. William conta que após quatro anos, a relação com a família se restabeleceu. “Estar aqui hoje representa superação, uma vitória muito grande, uma realização pessoal. Estou aqui como voluntário, almejando uma chance de ocupar a equipe definitiva deste trabalho”, afirmou entusiasmado.

O sonho do jovem educador social, é que aconteça com outras pessoas o resgate que ocorreu com ele em sua retomada da dignidade. Para ele, todo o trabalho e mobilização se definem em uma palavra: superação.

Para a coordenadora de Projetos, Convênios e Parcerias (CooProC), da DPMG, defensora pública Michelle Mascarenhas Glaeser, tanto para a Instituição quanto para as defensoras e defensores públicos presentes, participar deste momento da cidadania gera satisfatório retorno pessoal. Ela também ressalta a necessidade de voltar o olhar para as pessoas em situação de rua e prestar o atendimento de forma mais efetiva. “Vir até eles é muito mais importante do que fazer este atendimento dentro do nosso gabinete. É a Defensoria indo até onde as pessoas precisam”, afirmou a defensora pública.

Padre Roberto, Adhemar Della Torre, Galeno Siqueira, padre Julio, Michelle Mascarenhas, Nikolas Katopodis e Fernando Martelleto

“Este momento é importante para todos nós, porque precisamos olhar para os mais necessitados, para que eles possam ter vida digna e esperança de dias melhores”, disse o padre Roberto da Silva. Para ele, os parceiros que contribuem com a realização do evento mostram que todas as instituições que pensam e promovem o bem, podem se unir para transformar a realidade e a vida das pessoas que sofrem.

“Somos tocados por esta realidade, por deparar com muitas histórias que podem ser transformadas, mudadas, mas devido às dificuldades muitas destas pessoas não conseguem sair desta situação sem a contribuição de uma instituição ou até mesmo da sociedade civil para retornarem a uma vida comum em meio à sociedade”, ressaltou o pároco.

Padre Roberto também destaca que o momento é muito gratificante por já haver resultados de pessoas que conseguiram se reestruturar e retornar à vida comum em sociedade. Ele explica que a data é um dia para lembrar e ser o começo de um cuidado que deve ser diário e frequente com aqueles que mais sofrem.

Para o padre Júlio Amaral, o Dia Mundial dos Pobres representa o compromisso enquanto sociedade e poder público, com essa realidade da pobreza. “O sentido de haver empenho e compromisso em buscar a superação da pobreza, por meio da solidariedade às pessoas que são vítimas dessa triste realidade, visam garantir a essas pessoas os seus direitos fundamentais, de modo especial por meio das políticas públicas que precisam acontecer para que essa superação se torne real”, ressaltou.

Para o padre Júlio, a parceria com instituições como a Defensoria Pública é fundamental, já que a pobreza é um grande desafio que só pode ser vencido com a união de todas as forças da sociedade. Ele reafirmou gratidão à Instituição pela atuação solidária e o compromisso com os direitos humanos, ressaltando que a parceria tem sido fundamental na luta para a superação da pobreza. “O Dia Mundial dos Pobres não é só um dia, mas uma reflexão a ser feita para dar visibilidade a essa realidade das várias formas de pobreza que existem hoje. Não podemos ser indiferentes”, finalizou.

Satisfeito, o assistido Cristiano Rodrigues Oliveira contou que na próxima semana dará início ao curso de garçom, para retornar ao mercado de trabalho. Vivendo nas ruas há cerca de três anos e londe da família, este dia especial para ele representou um recomeço. “O acompanhamento que nós estamos tendo aqui levanta a autoestima”, afirmou sorrindo, enquanto cortava o cabelo. Com esse apoio, Oliveira sonha estar com seus entes queridos novamente.

Nesta iniciativa, a Defensoria Pública de Minas Gerais e a Arquidiocese de Belo Horizonte contaram com as parcerias do Recivil, Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais, Instituto Técnico dos Cabeleireiros, Igreja Quadrangular, Projeto Bom na Bola Bom na Vida, Servas, Supermercados BH, Copasa e Clube das Tintas.

Dia Mundial dos Pobres

A data foi instituída pelo Papa Francisco em 2017, com o objetivo de dar atenção à realidade das pessoas em situação pobreza no Brasil e no mundo. Em sua mensagem, o pontífice escolheu o texto bíblico para motivar a reflexão: “Jesus Cristo fez-se pobre por vós”. O tema escolhido pela igreja do Brasil para animar esta VI Jornada, de 2022, é “Dai-lhes vós mesmos de comer!”, em consonância com a Campanha da Fraternidade 2023, que traz o tema “Fraternidade e fome”.

Gracieli Rocha, estagiária sob supervisão da Ascom.

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