A Defensoria Pública da Auditoria Militar da Capital é responsável pela defesa do policial militar Anderson César da Silva, vítima de possível crime de racismo e acusado por desacato a superiores e resistência à prisão. O fato aconteceu em Barbacena, no dia 14 de janeiro deste ano.
O policial passeava à paisana com a filha de quatro anos, próximo a uma mata, em Barbacena, quando foi abordado por uma viatura da Polícia Militar.
Conforme o boletim de ocorrência, o Comando da Polícia recebera denúncia de que “havia um homem alto, de cor parda, levando uma criança pequena em direção a uma mata ao lado da academia de tênis de Barbacena, no bairro de Fátima, e que a criança estaria chorando”.
De acordo com Anderson, ao ser abordado, se identificou como policial e pai da menina, quando teria sido vítima de racismo, agredido e tratado como abusador.
No registro da ocorrência, os policiais alegaram que o denunciado teria “desobedecido ordem legal de autoridade militar, desacatado superiores, ofendendo-lhes a dignidade e o decoro, procurando deprimir-lhes a autoridade, assim como ameaçado por palavras de lhes causarem mal injusto e grave. Na mesma ocasião, o denunciado opôs-se à execução de ato legal mediante violência aos executores, bem como instigou seu cão contra os militares, causando-lhes, respectivamente, as lesões corporais descritas nos laudos periciais”.
Anderson Silva ficou preso por 13 dias e agora aguarda o andamento do processo em liberdade. De acordo com a defensora pública Silvana Lobo, responsável pela defesa do policial, houve caso de racismo estrutural. “Embora estivesse com uma camisa vermelha (chamativa), o que chamou a atenção do denunciante foi a cor de sua pele”.
A Promotoria de Justiça Militar de Minas Gerais denunciou Anderson por desobediência, desacato ao superior, ameaça, resistência mediante ameaça ou violência e lesão corporal. Se condenado, a pena pode passar de oito anos. Durante a investigação, Anderson não foi ouvido.
O Ministério Público entrou com representação de ocorrência de racismo, tortura e lesão corporal contra Anderson durante a abordagem. A Polícia Militar em Barbacena abriu procedimento interno para investigar a conduta dos policiais envolvidos.
O caso, com a atuação da DPMG, foi tema de reportagem no programa de TV Fantástico, na edição deste domingo, 21 de novembro. Para assistir, clique aqui.