A atuação da Defensoria Pública de Minas Gerais foi destaque no “Repórter Record Investigação”, exibido pela TV Record no último dia 24 de fevereiro, em rede nacional.
O programa exibiu o documentário “Crimes de Fome”, em que os jornalistas Marcus Reis, Flávia Prado, Aldrich Kanashiro e Leonardo Medeiros relataram as histórias de três assistidas da DPMG que foram presas por furto famélico, que é quando alguém furta comida, medicamentos ou qualquer outro item que seja imprescindível para sua sobrevivência ou de outra pessoa.
A defensora pública Alessa Pagan Veiga, em atuação na comarca de Uberlândia, se dedica e realiza visitas constantes à Penitenciária Feminina do município, e foi nessas visitas que ela conheceu as personagens dessa reportagem.
Fabiana ficou mais de 100 dias na unidade prisional respondendo por furto de água, algo que segundo a defensora pública é mais absurdo por ser um bem que é de todos: a água. “Trata-se de um item essencial para viver. E por ela precisar da água para cozinhar”, disse Alessa Veiga.
Janaína trabalhou por 7 anos na prefeitura de Uberlândia e, após uma demissão inesperada, o seu ex-marido havia roubado um porco, sem o auxílio da mulher, ex-agente de saúde. Porém, quem respondeu pelo crime foi ela, que ficou dois meses detida. Após a intervenção da DPMG, o Superior Tribunal de Justiça (STF) revogou a prisão preventiva.
Com o avanço da pandemia e sem uma perspectiva de emprego, Mariele foi convidada por amigas a furtar carne e produtos de higiene pessoal para vender. Com o dinheiro compraria medicamentos para suas filhas e pagaria suas contas. Diante dessas dificuldades, ela se viu obrigada a aceitar, o que resultou em 79 dias de prisão.
No pedido de Habeas Corpus, a defensora pública Alessa Veiga alegou o fato de Mariele ter duas filhas pequenas, que são diretamente dependentes dela.