No Dia Internacional da Mulher, a Defensoria Pública de Minas Gerais realizou roda de conversa com 30 mulheres lideranças atingidas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho. As participantes são moradoras de dez municípios abrangidos pela assessoria técnica do Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab).

O encontro foi conduzido pelas defensoras públicas Samantha Vilarinho Mello Alves, coordenadora estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (CEDEM); Carolina Morishita, que atua no Núcleo Estratégico da Defensoria Pública de Proteção aos Vulneráveis em Situação de Crise; Hellen Caires, em atuação na área Criminal em Divinópolis; e Ana Luiza Paiva Pimenta da Rocha, com atuação em Cooperação e Conflitos em Pará de Minas.
Participando da abertura, a defensora pública-geral, Raquel da Costa Dias, falou sobre a emoção quando se trata do processo de Brumadinho. “A Defensoria Pública esteve presente desde o início, logo após o rompimento da barragem e podemos imaginar o tamanho da dor de todas e todos”, disse.

“Sabemos como é difícil um processo de reparação e como o papel da mulher é fundamental em todo este processo, uma vez que muitas são responsáveis pelo sustento do lar, da educação dos filhos e até dos netos. Portanto, neste dia simbólico, é importante e enriquecedor esta pausa, este momento de conversa, de troca de experiências”, enfatizou a defensora-geral.
Troca de conhecimento e experiências
De acordo com a coordenadora da Cedem, Samantha Vilarinho, a conversa esclareceu às mulheres questões de gênero e violência. Foram explicados os conceitos e a abrangência da Lei Maria da Penha, além dos depoimentos e casos concretos de violência, em uma participação ativas das mulheres.

Samantha informou que outras ações serão realizadas com este grupo e com outras mulheres da região atendida pelo NACAB. “Nosso objetivo é, a partir dos conhecimentos obtidos, que as mulheres sejam capazes de reconhecer situações de violência e se posicionarem rumo à emancipação”, ressaltou a coordenadora da Cedem.
A defensora Hellen Caires disse que o encontro serviu para aproximar as assistidas umas das outras e, também, da Defensoria Pública. “Um momento de conhecer os seus direitos, de trocar vivências, permitindo uma aproximação mais estreita entre elas e a Instituição”, completou.

Além de questões relacionadas ao gênero e violência contra a mulher, a defensora Carolina Morishita, que atua no Núcleo Estratégico da Defensoria Pública de Proteção aos Vulneráveis em Situação de Crise, respondeu sobre dúvidas referentes ao acordo com a Vale.
Para a defensora, a roda de conversa foi um momento de troca importante entre as mulheres atingidas e a Defensoria Pública. “Além de poder fortalecer as comunidades com conhecimento dos canais de acesso e proteção de direitos, foi um espaço de acolhimento e entendimento dos desafios das mulheres na luta da reparação”, completou Carolina Morishita.
Cristiane Silva – Jornalista/DPMG